Depois que ele foi embora, reanalisei a situação e o desconforto temido do encontro por um novo viés: estou diferente! Talvez não seja mais tão merecedor do ódio gratuito que meus inimigos de infância depositavam sobre mim. Creio ter reconhecido o cobrador: Tony, um daqueles que me espancavam sem razão e me tornavam um servo infantil do ódio. Sorri para ele, do meu jeito fugidio. Quando percebeu que eu estava com um VHS nas mãos, ele se adiantou em perguntar: “isto aí é um filme de sexo?”. Eu: “não. É um filme suicida. Quero sumir!”. O tempo passou e hoje estou ouvindo Caetano Veloso.
“Cinema Transcendental” (1979): é impressionante o quanto este álbum tem de leveza pré-homossexual. Vários elogios a homens e moços bonitos percorrem o disco, fazendo com que eu... Corroft! Segue trecho auto-explicativo da faixa 03:
“Moço lindo do Badauê
Beleza Pura!
Do Ilê-Aiê
Beleza Pura!
Dinheiro hié!
Beleza Pura!
Dinheiro não!...”
Wesley PC>
Wesley PC>
2 comentários:
Ainda gosto dos discos de Caetano dessa época.
Oxe! Por que o cara vai perguntar ao vendedor de picolé se te conhece?
E tu vens perguntar para mim? Eu ainda estou apavorado com o susto? (risos), mas era algo cortês, tipo: elogio velado. Fui infame na minha época de guri. Todo mundo sabia quem eu era (risos)
E esse disco em particular é muito bom, suave, admirado, elogiando homens e mais homens, muito bom!
WPC>
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