quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

DÊ-ME TEU PERDÃO ANTES DE MORRER – PARTE III

Acho que ainda voltarei a escrever aqui hoje, mas que o faça, convém explicar o título das três ultimas postagens: enquanto estava aqui sentado em frente ao computador, minha mãe via a reprise de um capítulo definitivo da telenovela vespertina. No capítulo em pauta, um criminoso estava pronto para confessar seus crimes, arrependido, mas fora envenenado por uma cúmplice vilanesca. Morre em pleno tribunal, antes que pudesse se livrar da carga vocabular de seus males. Isso não impediu, porém, que uma personagem dada como boa se levantasse e o perdoasse: “vá em paz, que eu te concedo o meu perdão”, disse ela.

E o celular de meu irmão caçula toca. Ele acabara de ser contratado para trabalhar num restaurante italiano. Sem pensar, minha mãe, entusiasmada com a súbita ocupação deste membro-problema de nossa família, oferece a ele minha certeirinha de passe escolar e uma calça preta, pouco se lixando se eu tenho vontade de sair também ou não. Reclamo? Interrompo o contentamento deles dois? Para quê? Quem sou eu aqui? Ao invés disso, escuto canções antigas na voz de Adriana Calcanhotto e peço perdão, perdão, perdão...

“Que bom
Que eu não tinha um revólver
Quem ama mata mais com bala que com flecha
Ela deixa um furo
E a porta que abriu jamais se fecha...


Nada disso tem moral, nem tem lição
Curto as coisas que acendem e apagam
E se acendem novamente em vão...
Será que a gente é louca ou lúcida?
Quando quer que tudo vire música?
De qualquer forma, não me queixo
O inesperado quer chegar, eu deixo...”

Perdão, perdão, suplico vosso perdão!

Wesley PC>

Nenhum comentário: