terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DICA DE FILME MACONHEIRO:

Acabei de ver um filme brasileiro relativamente surpreendente e bastante simpático de nome “Quart4B” (2005, de Marcelo Galvão & Rodrigo Tavares). O mote tramático diz respeito a um tijolo de maconha encontrado numa escola primária. Os pais de todos os alunos são convocados para uma reunião de domingo chuvoso e trocam acusações preconceituosas entre si. Há o advogado belicoso que insiste que o tijolo de maconha pertence a um surfista. Há a dona-de-casa preconceituosa que acusa o faxineiro. Há a mãe de uma criança afetada que culpa os idosos que adotam um garoto aos nove anos de idade. Há o diretor que se confessa homossexual para fugir dos assédios românticos de uma professora e causa um desvio na discussão principal. Há o diretor norte-americano de filmes pornográficos que aproveita a reunião para elencar atrizes. E por aí vai...

O que me surpreendeu foi que este filme tão bem interpretado tenha passado quatro anos sem que as pessoas ouçam falar dele. O roteiro tem um ponto de partida muito interessante e as interpretações de todo o elenco (com exceção de um ‘rapper’ entregador de pizza que surge no quartel final do filme) são ótimas, de maneira que, insisto, ele merece melhor atenção por parte da crítica e, principalmente, melhor respeito por parte do público, dado que diverte bastante e, com certeza, ajuda a resolver/atenuar conflito sobre assuntos que, infelizmente, ainda são tabus na sociedade brasileira.

Os únicos ‘poréns’ alargados em relação ao filme estão na péssima edição do diretor principal Marcelo Galvão, que picota as situações quando seriam muito mais efetivas se os destacados atores carregassem nas costas a cômico-dramaticidade inerente ao argumento, e no experimentalismo desnecessário que se instaura em dado momento do enredo, que passa a dar idas e vindas imaginárias no tempo da reunião. Entretanto, antecipo logo a grande sacada do roteiro: nem bem se passam 25 minutos de filme e um dos pais sugere que eles fumem um baseado para entender o que o suposto filho traficante deles estaria sentindo ao carregar a maconha. O que vem a partir daí é muito legal para se ver em família ou, na pior das hipóteses, em grupo. Descubram este filme, fazendo favor!

Wesley PC>

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