quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

“NORMALIDADE É REVOLUÇÃO”?

Eu acredito que sim, mas a frase não é minha, mas de um personagem conformado com a vida de casado em “O Último Beijo” (2001, de Gabriele Muccino), o filme ideal para se ver no fim do ano. Vi-o pela primeira vez em 29 de dezembro de 2007 e, por uma doce coincidência, estive revendo-o exatos dois anos depois, cercado por amigos que não conseguiam conter a empolgação durante a sessão, rindo, gritando, correndo pela sala, levantando-se e sentando-se freneticamente, fazendo gestos vulgares com a mão, todos empolgados pela mistura de cocaína com Diazepan de que o frenesi melancólico do filme parece se servir...

Não dá para enxergar direito as pessoas na foto, mas estão lá Martina Stella e Stefano Accorsi. Ele acaba de descobrir que sua namorada histérica e longeva está grávida e ela é uma adolescente que em breve estará apaixonada por ele, sem saber inicialmente de seu compromisso com outra mulher. Quatrocentas e doze ações dramáticas interpor-se-ão entre os dois, que sofrerão violentamente todas as agruras psicológicas possíveis, não sem antes compartilharem uma noite sexual que anuncia o começo do fim. Ao final, o que muitos enxergam como uma vingança.

Não posso adiantar muita coisa sobre o filme, mas ele retrata na tela muitas de minhas indagações e reflexões recorrentes sobre envelhecimento e conformismo, de maneira que logo se tornou, se não um dos melhores, um dos filmes mais importantes de minha vida recente, em razão de sua perspicaz leitura de minha mente atormentada e satisfeita. Descobri, inclusive, que ele foi regravado cinco anos depois por Hollywood, com o ator Tony Goldwyn na direção. Título: “Um Beijo a Mais” (2006). Com certeza, muitos das complexas e destrutivas relações entre os diversos personagens foram atenuadas, mas, puxa, bem que eu queria ver o plágio também... E o ano quase termina... E logo, logo ele começa outra vez!

Wesley PC>

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