quinta-feira, 17 de setembro de 2009

E POR FALAR EM MARRETADA...

Nas últimas postagens, tentei evitar o chororô que tanto me caracteriza, mas, ao rever “Louca Obsessão” (1990, de Rob Reiner), na madrugada de hoje, meus planos vão por água abaixo: é impossível compartilhar de minhas patologias psicopassionais e ficar inane diante deste filme forte, adaptado de um romance de Stephen King, muitíssimo recomendado por um engenheiro civil que trabalhou comigo no DAA. É impressionante o quanto este escritor entende a solidão de personagens atormentados. Foi assim naquele filme em que uma moça que não sabia o que é menstruação é vilipendiada em sua formatura, foi assim naquele filme do ‘nerd’ que fica tão obcecado por seu carro que mata as pessoas ao seu redor, é quase sempre assim...

No filme citado, Anne Wilkes (Kathy Bates) é uma enfermeira amargurada, viúva (quiçá assassina do marido) que foi culpada da morte dos bebês do hospital em que trabalhava e que se consola com a leitura incondicional dos livros do escritor Paul Sheldon (James Caan), que, por sua vez, está cansado de folhetins baratos, de viver à mercê dos gostos do público. Quando ele sofre um acidente de carro em virtude de uma nevasca e é acolhido pela enfermeira amargurada, é aprisionado, torturado, estropiada, quando esta descobre que a personagem central do livro é morta no parto. Vendo o filme, e transportando algumas situações para minha realidade pessoal (não preciso nem dizer em que sentidos), fiquei atordoado: Deus meu, será que cometerei os mesmos crimes em nome de amores assimétricos? Acho melhor afastar as marretas de minha casa...

Wesley PC>

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