sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A ABERTURA PELA MORAL


“Não sou nem um animal, nem um homem. Sou uma espécie completamente nova” (Dexter Morgan, ao final do 4º episódio da primeira temporada)

Finalmente comecei a ver o polêmico seriado “Dexter”, graças aos auspícios de nosso amigo Fábio Barros. Muitos foram as opiniões válidas que me elogiaram este seriado e comprovei que sim, o mesmo é digno de repetidos panegíricos. A trama básica do mesmo varia em torno do personagem-título, interpretado pelo carismático e muito bonito Michael C. Hall. Sentindo compulsões assassinas desde a sua infância, ele é encaminhado por seu pai (adotivo) policial a “matar somente aquelas pessoas que não merecem viver, contribuindo assim para a eliminação da sujeira do mundo”. Ponto de partida número 1.

Além de Dexter, são personagens recorrentes no seriado sua irmã também policial e de boca suja, a ranzinza chefa dela, que sente atração por ele, um policial rabujento, um assistente latino de autópsias e a namorada de Dexter, que fora estuprada diversas vezes, além de ser espancada e roubada por seu ex-marido. Por causa de toda a violência sofrida, esta mulher desgosta de sexo, o que é conveniente para Dexter Morgan, que, sociopata por excelência, não entende o porquê de as pessoas gostarem tanto de foder. No episódio acima citado, sua namorada pratica sexo oral nele. Que inveja! (risos)

Para surpresa minha e do personagem, a felação foi deveras agradável. Momentos depois, ele é tentado por outro ‘serial killer’ a assassinar um homem amarrado a uma cama e já parcialmente decapitado. Mas Dexter resiste. Sua tara mortífera é bastante específica: ele é apenas um ‘serial killer’ de ‘serial killers’!

Por mais que eu discorde de vários aspectos morais do seriado (exemplo maior: a sugestão do pai do adolescente Morgan em atenuar seus anseios homicidas esfaqueando um veado semimorto), estou crescentemente encantado pela construção do protagonista: as tramas investigativas e os personagens secundários são triviais ou já encontraram paralelos noutros programas, mas a narração constantemente amargurada do protagonista, suas memórias, suas reflexões, suas invejas, seus fracassos, seus medos, seus temores, sua decepções de ser “apenas um monstro marinho” de vez em quando... Como me são curativos! Estou encantado com o seriado. Recomendo-o!

Na fotografia, trechos da extraordinária seqüência de abertura, no qual banais reproduções do dia-a-dia (raspar a barba, moer café, fazer suco de laranja, fritar ovo, amarrar os cadarços do sapato) são investidas das mais vigorosas pulsões libidinais em relação aos desejos mortíferos do protagonista. Brilhante! Repito, portanto, a recomendação: assistam ao surpreendente seriado televisivo norte-americano “Dexter”!

Wesley PC>

Um comentário:

JLM disse...

Olá

Tem um doido aí sorteando os dois livros do Dexter, aquele serial killer que mata serial killers. Pra saber como particpar, clique aqui.

1 abraço