segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMO SE HOUVESSEM MÚSICAS EXCLUSIVAS PARA HOMOSSEXUAIS...


Não há! Por isso, uma recém-divulgada lista de 100 álbuns supostamente ‘gays’ comentada na Internet é tão falaciosa! Porém, às 2 horas da madrugada desta segunda-feira, depois de muito pensar em machos e de descobrir um estranho caroço vermelho em minha glande, pus “Transformer” (1972), do Lou Reed, para ouvir e.. Puxa, não sei se aquilo pode ser considerado efetivamente ‘gay’, mas tem tudo a ver comigo. A contracapa do álbum exposta em fotografia, que o diga! O disco começa com a agitada “Vicious”, que lembra um pouco o tipo de coisa que este gênio nova-iorquino fazia na época do The Velvet Underground. A letra começa assim:

“Vicioso,
Tu me golpeias com uma flor
Tu fazes isto a qualquer hora
Oh, querido, tu és tão vicioso”


Coisa de viado apaixonado. Comprou-me no ato! Seguem, então, “Andy’s Chest” (uma estória pessoal com o peito de alguém no título – risos) e “Perfect Day”, esta última a obra-prima do autor, magnificamente utilizada pelo genial cineasta Danny Boyle no ‘cult movie’ “Trainspotting – Sem Limites” (1996), numa das cenas mais perfeitas da década de 1990:

“Oh, este me parece um dia perfeito
E eu estou contente por estar passando ele contigo
Tu me deixas precisamente elevado.
Apenas um dia perfeito,
Os problemas deixados de lado
Finalzeiros de semana, somente nós
Isso parece divertido
Apenas um dia perfeito
Tu me fizeste esquecer de mim mesmo
Eu pensei até que fosse outra pessoa,
Alguém bom”


Já poderia parar a análise apologética por aqui, tamanha a qualidade e a identificação do mascarado sofrimento homoerótico destas três primeiras canções, mais o disco segue além, dispensando até mesmo supostos rótulos sexistas que queiram depositar sobre ele. Sendo assim, ouvimos ótimas e inspiradas canções como “Hangin’ Round”, “Make Up”, “Wagon Wheel”, “I’m So Free” e o estupefaciente desfecho com “Goodnight Ladies”, que emula bastante aquela sensação de se estar assistindo a um filme sexual e nostálgico do Bob Fosse. Porém, as outras grandes faixas deste álbum seminal da música supostamente ‘gay’ mundial são o hino”Walk on the Wild Side” (que prediz: “Nova York é a cidade em que eles dizem: ei, querido, dê uma volta no lado selvagem!”) e a antológica confissão romântica “Satellite of Love”. É com ela que encerro este lamento crítico, pensando em Marcos Vicente (por que peste eu insisto nisso, hein?):

“Satellites gone
Up to the skies
Thing like that drive me
Out of my mind

I watched it for a little while
I like to watch things on tv

Satellite of love
Satellite of love
Satellite of love
Satellite of”


A letra da canção termina assim mesmo, faltando uma palavra muito, muito conhecida...
Quem quiser que a complete!
Juro que, de minha parte, faço isto de 10 em 10 segundos.

Wesley PC>

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