terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ACEITAÇÃO


No brilhante filme “O Show Deve Continuar” (1979, de Bob Fosse), existe um diálogo contínuo entre o protagonista (viciado em excessos sexuais, etílicos, farmacêuticos, laborais e de qualquer ordem) e a Morte (vivida pela belíssima Jessica Lange). Em meio a este diálogo fascinante – que culmina na morte espetacular do personagem principal, com quem muito me identifico –, somos confrontados a um dos trabalhos artísticos de Joe Gideon (Roy Scheider), que, além de exímio coreógrafo, atua como editor de uma apresentação humorística medíocre. Nesta apresentação, um tagarela comenta sobre a morte alheia, dizendo que esta é dividida em cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Hoje eu estou lidando com este último estágio, a tal aceitação: meu amigo de infância e gigolô favorito foi morto em frente à UFS!

Não quero parecer mais piegas ou ingrato em relação á vida humana do que já pareço, mas, puxa, que desperdício, por que logo ele, o ponto máximo de minha lista de intenções masturbatórias? Por quê?

A fim de entender esta crise, mostro aqui outro garoto bonito falecido, também num acidente com motocicleta. Ele se chama Igor Rocha e era amigo de amigos meus. Era um destes meninos que passavam o dia inteiro a cultuar o corpo, mas, venhamos e convenhamos, ele tinha motivos! Nunca tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, não obstante ter torçado algumas palavras interesseiras com ele via Internet. Hoje, ele está morto. Lástima! Hoje, eles estão mortos...

Wesley PC>

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