segunda-feira, 13 de julho de 2009

“I’LL ALWAYS BE WAITING FOR YOU, FOR YOU…”


“Então, eu olho em tua direção,
Mas tu não prestas atenção em mim
Eu sei que tu não me ouves,
Pois tu mesmo afirmas que vê através de mim, não é?”

Quando “Parachutes”, ótimo álbum de estréia da banda britânica Coldplay foi lançado, a crítica da época achou estranho que, em pleno e decadente ano 2000, alguém, ainda se dispusesse a cantar que “vivemos num mundo maravilhoso”, conforme consta da canção de abertura “Don’t Panic”. Eu, de minha parte, não achei nada de estranho no trecho. Podia muito bem ser um estratagema disfarçado de ironia melancólica, muito cara às referências pessoais do esnobe vocalista Chris Martin. Porém, num álbum que contém pérolas como “Yellow”, “Trouble” e “Everything’s Not Lost”, é a segunda faixa, “Shiver” que me destrói. Por mais que o tempo tenha passado, por mais que o Coldplay tenha composto músicas melhores e piores que aquelas contidas neste disco (um dos primeiros que gravei em CD na minha vida!), por mais que eu não escute tanto este álbum quanto eu escutei até algum tempo atrás, “Shiver” ainda continua me destruindo. E ontem de madrugada, eu dei de cara com este CD, e escutei a mesma faixa diversas e diversas vezes antes de dormir, e escutei-a novamente assim que acordei, e o efeito destrutivo não passa...

“Mas continua e continua,
Desde o momento em que acordo até o momento em que durmo
Eu estarei aqui ao teu lado,
Até que tu tentes me parar.
Eu estarei esperando na fila,
Apenas para ver se tu te importas”...

Desde que passei a me servir deste ‘blog’ para finalidades, reclamações e lamúrias pessoais, já ouvi admoestações de diversos amigos sobre o excesso de traduções de músicas estrangeiras aqui publicadas. Segundo tais admoestações, as pessoas a quem eu desejo me dirigir pouco se importam com o que escrevo e aquelas a quem não me dirijo diretamente têm coisas mais importantes para ler ou pensar. Talvez eu não esteja dirigindo-me a ninguém especificamente, ou talvez esteja mas contento-me com as surpresas na trajetória de recepção da mensagem, não importa quem seja o receptor, talvez eu mesmo, relendo. Talvez eu me importe tanto que não agüente mais me justificar, explicar a mesma coisa, no mesmo tom autocomiserativo. Talvez eu suplique nas entrelinhas para que uma ou duas pessoas determinadas lessem e entendessem as mensagens explícitas. Talvez eu dependa muito do “talvez”...


"Então, tu sabes o quanto eu preciso de ti?
Mas tu nunca me vês,
E esta é a minha oportunidade final de te alcançar?
(...)
Oh, tu queres que eu mude?
Bem, eu mudei para melhor
E eu queria que tu soubesses que eu sempre estarei do teu lado,
E eu queria dizer que...
Eu sempre esperarei por ti,
Sim, eu sempre esperarei por ti”


Em verdade, considero “The Scientist”, contida em um álbum posterior, a melhor música do Coldplay. Mas os lamentos de “Shiver” continuam aqui reverberando em minha cabeça. E, sim, eu sempre, sempre, sempre esperarei por ti!

Wesley PC>

2 comentários:

Anônimo disse...

eu gosto desse album. você gosta do a rush of.. ou acha pop demais?
Barba

Pseudokane3 disse...

Gosto, acho o segundo melhor, inclusive, como disse! Mas este é o que me corrói! Lembranças, meu bem...

E, oh, Torresinho, saudadonas de ti também!

WPC>