domingo, 7 de junho de 2009

“VOU SER FELIZ E JÁ VOLTO” (2001)

No mesmo ano em que demonstrara sua estupenda capacidade actancial no clássico sociológico de Beto Brant, “O Invasor”, Paulo Miklos lança este (não tão) esquisito e muito agradável álbum, ideal para se ouvir enquanto lava pratos. Na primeira faixa, “Vai Acontecer de Novo”, um tanto decidida e alegre, o eu-lírico diz que vai sair, pois “A noite é pra se divertir/ Vou ser feliz e já volto”. Justificou o título do isco, portanto, ao passo em que compõe a balada ‘pop’ que mais se assemelha ao tipo de canção composta pelos Titãs ultimamente. A segunda faixa, “Mamãe Disse, Papai Disse” atesta que “o ideal ainda é sobreviver no final”, mas é bem cândida em sua declaração de afeto aos familiares cobertos de razão. A terceira faixa, ‘Todo o Tempo” é uma daquelas típicas declarações de amor contemplativo, ao passo que na faixa 04, “O Que Você me Diz?”, ele assume que está sempre pronto pra gostar e que está sempre feliz “por mim e por você”. É tudo muito simples, admito, mas é direto, sincero e agradável. A faixa seguinte, “Hoje”, comprova isto:

“Uma noite bem dormida,
Uma boa refeição
Abrir os olhos de novo,
Depois de tirar o sabão.
Roupa de cama brancas,
Toalha sobre a mesa.
No branco dos olhos o encanto
De um olhar da maior pureza

Hoje eu vou ficar com você
Hoje até amanhã de manhã
Hoje eu vou ficar com você
Hoje até amanhecer
Um amor prá toda vida
Uma grande afeição”


E assim, leve e declarativo, o álbum segue em frente, em faixas intituladas “Por Querer” e “Lâmina de Vidro”, mas, quando chega no paroxismo sonoro que atende pelo nome de “Orgia”, eu engancho. Não consigo parar de repetir esta canção, que está justamente contida no filme em que Paulo Miklos atua, numa cena pós-moderna de primeira grandeza, em que um japonês bêbado a interpreta num karaokê. Letra:

“Não tenho nome, eu tenho sede
Alimenta a tua fantasia

Eu tenho fome, eu tenho em mente
Uma grande orgia

Tudo o que eu mais quero, você não tem
O que você tem é só do que eu preciso
Tudo o que você sempre quis, eu não sou
Do que você precisa, é só o que eu sou

Não tenho rosto
Nada do que possa se lembrar depois”


Gosto muito desta canção e a repito várias vezes. Por isso, ainda não consegui escutar o restante do CD. Deixo a quem quiser esta tarefa. Ah, eu gosto!

Wesley PC>

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