domingo, 4 de outubro de 2009

LEMBRANÇA DA “SANTA RAIVA”:

Pessoas diferentes fazem coisas diferentes quando ficam sozinhas em casa. Algumas aproveitam a oportunidade para consumirem material pornográfico, outras para professarem em voz alta orações proibidas. Eu fiquei sozinho em casa na manhã de hoje e aproveitei p ensejo para varrer a casa, talvez a atividade doméstica que mais me desagrada, não obstante reconhecer o quanto é necessária, em especial quando se tem dois cachorros em casa. No aparelho de som, em volume altissonante, “St. Anger” (2003), álbum do Metallica que tanto desagradou seus fãs longevos e que me foi a porta de entrada para o conhecimento respeitoso da banda e para a apresentação de uma mor em forma de rapaz. Escutei muito este CD por algum tempo e hoje ele estava guardado, inane. Resolvi dar uma nova chance e, puxa, quantas lembranças foram desencadeadas!

Lembro que, à época, falava tão bem deste álbum que um amigo de trabalho me presenteou com um documentário sobre a turnê do disco, “Metallica: Some Kind of Monster” (2004, de Joe Berlinger & Bruce Sinofsky), muito bom por sinal. Foi através deste documentário que eu pude perceber o quanto o dono do vozeirão de James Hetfield é um ser humano, como foi o processo de contratação do baixista Robert Trujillo, o quanto o baterista Lars Ulrich é idiota e como os integrantes da banda reagiram à má recepção do disco. É um documentário muito específico (agrada mais a fãs da banda que a apreciadores gerais de cinema), mas possui valor. Gosto dele. Vou propor para revê-lo em Gomorra.

Admito que não gosto do CD por completo. Poucas vezes cheguei a ouvi-lo na íntegra, dado que costumo repetir indefinidamente as duas primeiras canções: a empolgante “Frantic”, que serviu de fundo sonoro ao primeiro encontro entre eu e Ramon, avatar de minha primeira paixão definitiva da “era moderna”; e a extraordinária faixa-título, cujo ótimo videoclipe foi filmado numa prisão californiana, ambiente ideal para o tom de protestos irrestrito da canção, que, para mim, soam mais dolorosos e pessoais do que deveriam: foram palavras que o mesmo Ramon utilizou para se livrar de mim, configurando-se num daqueles caras “que não falam comigo nem com a peste”. Trocamos algumas palavras numa madrugada deste ano, mas acho que ele ainda me teme e odeia. Pena. Ficam as boas lembranças musicais:

“Fuck it all and fuckin' no regrets,
I hit the lights on these dark sets.
Medallion noose, I hang myself.
Saint Anger 'round my neck

I feel my world shake like an earthquake
Hard to see clear. Is it me? Is it fear?

I'm madly in anger with you!
I'm madly in anger with you!
I'm madly in anger with you!
I'm madly in anger with you!


...and I want my anger to be healthy

...and I want my anger just for me
...and I need my anger not to control
...and I want my anger to be me
...and I need to set my anger free”


Sim, ele está puto de raiva comigo - e não só ele!

Wesley PC>

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