sábado, 12 de setembro de 2009

UMA COISA LEVA A OUTRA, QUE LEVA A OUTRA...


Esperando um pretexto visual qualquer para me entreter enquanto almoçava, sentei-me diante de “Caixa Dois” (2006), filme do decadente Bruno Barreto, que estava sendo exibido na TV. Pensava que fosse um filme péssimo, mas me surpreendi: não que seja bom, mas me fez pensar. Me fez pensar!

Para quem não sabe do que se trata o filme: adaptado de uma peça teatral do Juca de Oliveira, o filme é uma daquelas típicas produções amorfas, que parecem feitas para a TV brasileira (aquela emissora específica, sabe?), no qual um inescrupuloso dono de banco deseja transferir R$ 50.000.000,00 para a conta de um “laranja” e, sem querer, o dinheiro vai parar na conta de uma honesta professora, casada com um funcionário recém-despedido do banco, por causa da onda de automação empresarial, sendo que o filme do mesmo estuda Informática numa Universidade particular e a namorada deste último é a secretária do banqueiro corrupto em pauta. Por esta sinopse, o excesso de coincidências parece inverossímil, mas não o é. E o que é melhor: o embate entre os personagens sobre o que fazer com o dinheiro é moralmente inspirado, por mais que diretor e roteirista estivessem mais preocupados com efeitos cômicos. Não sei se é caso de recomendar o filme como um todo, mas a reflexão que o mesmo proporciona (bem maior que ele enquanto obra), vale a pena: e se fosse comigo? E se fosse com algum de nós? Por mais que eu odeie dinheiro, o que eu faria se uma soma imensa de dinheiro corrupto aparecesse em minha conta bancária e de nada adiantasse eu devolver a um dono espúrio? Fiquei pensando...

Wesley PC>

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