quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DIVERSIDADE SEXUAL? (Ponto de interrogação ao final)


Agora cabe-me refletir um pouco: de que adianta?

Todas as experiências discursivas que vivenciei no evento sobre Diversidade Sexual de que acabo de chegar foram-me deveras impactantes no plano da maturidade. Porém, fui esbofeteado pela percepção de que existe um racha muito grande (sem trocadilho) no Movimento GLBT (ou LGBTT, que seja) no que diz respeito a homossexuais masculinos e femininas. Pensava que era simples paranóia de um amigo meu, mas quando ouvi reclamações insistentes sobre a necessidade de se nomear um evento de “Teatro do Oprimido e da Oprimida”, percebi que havia algo errado no que deveria ser um momento de integração entre pessoas...

Pontos negativos: a imensa quantidade de pessoas que foram ao evento apenas para participar das festas e “super se catar”, como falou um inteligente campinense; o desrespeito por parte dos motoristas no transito predominante da cidade; a exigüidade de público nas interessantes comunicações orais apresentadas; o sub-aproveitamento das oportunidades culturais citadinas e a obsessão dos pedintes em se assumirem como aidéticos. Pontos positivos: não sei por onde começar, mas ainda não é hora de comentar sobre eles...

Em dado momento, os integrantes da delegação sergipana separaram-se, a fim de participarem de GDT’s (Grupos de Discussão de Trabalho) diversificados. Não houve monitor que se atrevesse a discutir heterossexualidade, o que gerou protestos racionais por parte de um amigo nosso. Numa discussão sobre lesbianismo, o rechaçamento sofrido por uma transexual impedida de usar o banheiro das mulheres não foi levado em consideração. Poucos participantes se dispunham a conversar de verdade, dado que estavam muito mais interessados em contato epidérmico. Ou seja, problemas que já encontrávamos aqui mesmo. Mas foi ótimo para levantar a nossa estima!

No ônibus de volta, consegui exibir “A Lei do Desejo” (1987), obra-prima de Pedro Almodóvar. Identifiquei-me fortemente, o que me levou a perceber que a noção de Identificação é mais relevante que o conceito de Identidade. Sinto-me mais maduro agora que regressei ao meu lar – e com um nojo imenso de guetos homossexuais!

E quem eu amo está aqui...
Wesley PC>

Um comentário:

Anônimo disse...

"Identificação é mais relevante que o conceito de Identidade."
Concordo totalmente.

Rafael Barba