quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ALGUÉM ESPERA QUE EU FALE ALGUMA COISA SOBRE MINAS GERAIS?


OK, estou de volta. Tenho muito para falar sobre o que vi e vivi no ENUDS 7 – Encontro Universitário de Diversidade Sexual, mas antes preciso tecer algumas considerações sobre a própria cidade desenvolvida de Belo Horizonte, onde estive alojado por quase uma semana e de onde voltei provido de um (não tão) surpreendente ufanismo. Vamos por partes, então:

Em “O Pequeno Soldado” (1962), um dos inúmeros clássicos do gênio francês Jean-Luc Godard, apreendi uma das definições políticas (e autocríticas) que mais têm a ver comigo mesmo. No filme, o belo protagonista diz que gosta da Espanha porque é fã de um dado poeta e que desgosta da Inglaterra porque desgosta de um dado artista. Não lembro da citação exata, mas é mais ou menos assim que acontece comigo: não odeio nem amo local nenhum especificamente. Gosto (ou desgosto) do que há neles. E, nesse sentido, Belo Horizonte é, até então, o lugar mais impressionantemente positivo em que já pisei os pés. E isso nem de longe me faz desgostar de Aracaju, onde vivo. Continuemos por partes.

Vasculhando por acidente um guia turístico da cidade, pude prestigiar gratuitamente um festival de cinema em que filmes islandeses e filipinos eram exibidos de forma plural. Assisti a um culto evangélico para homossexuais inclusivos e conversei com um DJ de puteiro às 2h da manhã, hum ponto de ônibus. Fui a uma boate em que ‘gogoboys’ exibiam seus pênis eretos e andei numa linha de ônibus que atravessava a imensa universidade onde aconteceu o evento de que participei. Vi e toquei em pessoas de todos os Estados do Brasil e entrei em contato (predominantemente visual) com a maior concentração de pessoas lindas por metro quadrado, mas, ao conversar com elas, nada devi a todos os que conheci por aqui. Pessoas são pessoas em todos os lugares...

Ainda voltarei a falar sobre isso, dado que enfrentei uma viagem de retorno de 30 horas de duração e vim direto para o mesmo trabalho de sempre, mas não consigo disfarçar o encanto e a discreta decepção em relação ao magnífico desenvolvimento daquela cidade. Quero voltar e, ao mesmo tempo, estou felicíssimo por estar de volta – e, como diz a razão das músicas ‘punk’ do Cólera: “ser é mais importante do que ter”. senti na pele isso!

Wesley PC>

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com você, com o Godard e com o Cólera.

Rafael Barba.

Gomorra disse...

E eu concordo com o Rafael Torres de meu coração...

WPC>

Cacau Farias disse...

gostaria de ter gostado tanto de BH qto gostei de vc ... rs
;*