sábado, 27 de dezembro de 2008

NÃO É PRECISO SER CRÍTICO DE MÚSICA PARA SENTI-LA!


Vamos lá, admito de cara: minha relação com a Música (M maiúsculo mesmo!) é uma comunhão perene entre a apreensão sensória e a possessão anímico-mnemônica. Por isso, não me entristeço tanto por ser incapaz de julgar uma canção como sendo fantástica em virtude exclusivamente de seus componentes instrumentais (tipo: sou destes que não sabem diferenciar adequadamente o som do baixo e o da gaita de foles, mas sei quando é um xilofone, uma tuba ou uma guitarra - risos).

Recentemente, ganhei um DVD de 4.7 MegaBytes de um amigo de trabalho. O dvd continha, segundo um rótulo improvisado, “o melhor do rock nacional”. Dentre as várias bandas que encontrei no tal dvd, deparei-me com uma pasta de arquivos intitulada “2007 – Eu, Você e Uma Garrafa de Vinho”. Artista: Os Leprechauns. Já ouvira maravilhas sobre esta banda. Logo, resolvi escutar as 6 canções constantes da pasta imediatamente.

Faixa 01, título do álbum, em que, a dado momento se pode ouvir “dança, música, poesia/ Você vem de bailarina e eu.../ Sou o maestro louco”: não precisava de mais nada para me apegar violentamente ao impacto emotivo da canção. Uma fofura, em que o coração se abre até mesmo para quem não é tão enológico quanto os cantores e compositores da banda. Sem contar que o ‘riff’ de abertura é extraordinário e os barulhinhos à la “Panis et Circensis”, do influente grupo os Mutantes, no meio da canção, são fascinantes. “Mesmo que ache tudo um vazio...”, começa o refrão, “meu coração se abriu, para abrigar eu, você e uma garrafa de vinho”. Ooooh!

Faixa 02, “Se Você Fosse Louca por Mim”, obra-prima do álbum. Letra da canção: “Se você fosse louca por mim, eu cortava a grama do meu jardim/ Eu te chamava pra tomar um sorvete do sabor de maçã que você quiser”. Não preciso nem falar mais nada! Perfeita! Prova que eles entenderam muito bem o tipo de humor não necessariamente cômico da banda Júpiter Maçã, por exemplo, e que eles amam, eles se apaixonam, eles têm sentimentos... Ooooh!

Faixa 03, “Gosto da Idéia”: uns barulhinhos de teclado pululam em toda a canção, que diz “Acho que encontrei quem tanto esperei/ Eu não vou mais chorar”, logo acrescentando que é complicado assumir um amor sem se magoar... Ooooh! Repito, portanto, o que foi dito sobre a faixa 02, ainda que esta canção não seja perfeita que nem a outra (risos). Tem algo nela que incomodas um pouco (no mal sentido do termo), mas penso que a mesma seja funcional se inserida nestas serestas de beira de estrada, onde costumamos encontrar os verdadeiros apaixonados e sofridos deste mundo (risos);

Faixa 04, “Enquanto eu Olhava as Lagartixas”, segunda obra-prima do álbum, com acordes poli-instrumentais psicodelicamente hipnóticos e uma letra ‘in crescendo’ que narra os diversos genocídios, homicídios e até mesmo suicídios que se dão cotidianamente em nossas casas, mas nem sempre percebemos, principalmente quando empregadas domésticas são contratadas para realizar as atividades assassinas que as donas-de-casa relutam em fazer... É tão genial a canção que nem mesmo minha mãe resistiu ao seu charme denuncista. Ooooh!

Faixa 05, “Astronauta Medieval”: talvez seja a mais convencional do álbum, mais melódica, com uma letra em terceira pessoa (mais cantada como se fosse em primeira), sobre um homem apaixonado que faz tudo para conquistar a sua sonhada princesa (palavra esta que rima com tristeza). É uma canção simples, direta e apaixonada. Conquista fácil, mas só se torna realmente inesquecível quando atrelamos-na a momentos singulares de nossa vida sofrida. Sem contar que esta canção demonstra que os cantores/compositores entenderam muito bem o que deveria ser a Jovem Guarda... Ooooh!

Por fim, “Psicodesconexa”, a faixa que menos gostei, talvez porque fique tão apaixonado pelas canções anteriores que nem sempre tenha tempo de ouvi-la (risos), mas é dançante, é agitada, e fala de alguém, sendo, portanto, muito adequada para ser executada em fins de festa, quando a fossa bate... Ooooh!

Por enquanto, é só o que tenho d’Os Leprechauns em minha casa. Nem preciso dizer que conheço os membros da banda para atestar a qualidade suprema da mesma, mas este dado gnosiológico me é importante no sentido de que, ao já ter conversado bastante com meu “vizinho” Charlisson, muitas vezes assumindo a postura de vocalista da banda, sei que ele é mui verdadeiro em suas posturas de “eu lírico” (risos), podendo eu estar livre para me emocionar à vontade enquanto gemo ao repetir seus versos...

E “eles” nem precisam ser louquinhos por mim para isso (risos – piada interna)

Wesley PC>

PS: não tenho nenhuma foto da banda e, na Internet, só consegui encontrar este ‘site’, onde se podem baixar as músicas dos meninos. Alguém pode me enviar uma foto do CD, fazendo favor?

2 comentários:

Unknown disse...

Vou ver como mandar a foto da capa.
Estranho, às vezes eu esqueço que as pessoas ouvem Os leprechauns, mas fico muito feliz por isso. oohhh!!!!

Gomorra disse...

Ratificando Leno:

Ooooh, não só as pessoas ouvem, como gostam e se emocionam!

WPC>