sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DANDO UMA CHANCE PARA O HORROR SUL-COREANO

Já externei aqui inúmeras vezes a minha reverência acentuada pelo cinema oriental contemporâneo. Entretanto, dentre os países em voga no círculo de elogios dos olhinhos puxados, a Coréia do Sul apresenta a produção mais titubeante. E, seguindo a benfazeja moda do cinema de horror, vi recentemente “Espelho” (2003, de Kim Sung-ho), que mais tarde seria regravado pelo talentoso francês Alexandre Aja. A seqüência espalhafatosa de abertura é simplesmente brilhante: uma funcionária de ‘shopping center’ utiliza o telefone celular em frente a um grande espelho. De repente, o reflexo dela movimenta-se autonomamente e utiliza um cortador de pizza para dilacerar o pescoço. A funcionária sangra até a morte, desmaia no chão e as gotículas do precioso colóide vermelho que enchia seu corpo de vida circundam os quadriláteros do azulejo branco. A partir de então, acompanhamos a saga de um policial traumatizado por um erro de julgamento balístico que causou a morte de um parceiro de trabalho. O personagem, inclusive, é interpretado por Yu Ji-tae, destacado por suas encantadoras colaborações em filmes de Park Chan-Wook. Irritou-me no filme o excesso de causalidades especulares, que, ao final, rendem um desfecho que, se peca pela pretensão enquanto surpresa, seduz aqueles que, desde pequenos, legitimam as lendas de horror envolvendo superfícies reflexivas. Minha sobrinha gostou do filme. Por isso, de hoje para amanhã, estarei apresentando elogiados trabalhos no gênero de cineastas como Kim Jee-Woon e Yoo Sang-Gon. Estou dando uma chance para o horror sul-coreano, que, com certeza, em muito difere do norte-coreano, comunista, pouco visto...

Wesley PC>

Um comentário:

A. Everton Rocha disse...

estou te seguindo, um abraço forte