sábado, 17 de outubro de 2009

E A REALIDADE SUPRIME...

Eu e meus amigos estávamos dentro de casa. Eram quase 2h da manhã. Hora ideal para um terror/drama ‘gore’. Nem bem 10 minutos se passaram e alguém percebe que a data em que um acontecimento importante se passava e a data de ontem coincidiam. Batem na porta. Um homem ensangüentado, pedindo ajuda, chorando: “eu não fiz nada, velho, e o cara jogou uma tijolada em mim”. Ele estava bêbado, exalava um pútrido odor de material fecal, mas era um ser humano clamando por ajuda. Os presentes mobilizaram-se a buscar água gelada para estancar o sangramento da ferida, ligaram para ambulâncias e táxis (só os segundos atenderam!), aplicaram gaze na cabeça do homem, conversaram com ele, a fim de mantê-lo acordado (“está doendo muito?”, perguntava em vão Rafael Torres)... O homem reforçava que era trabalhador (“estou vindo do G-Barbosa”...), demonstrava uma polidez característica e dignificante de periferia (pedia “licença” ao entrar na residência, por exemplo, ao que os outros respondiam, “o que é isso?”), agradecia por terem-no socorrido... Ao final, percebemos que sua estória estava repleta de furos, preocupamo-nos que ele estivesse envolvido em esquemas criminais mais sérios, daqueles que podem incluir os socorrentes em rixas com bandidos, mas... O que fazer? Faria sentido ver o filme que estávamos a ver ainda depois disso? Por incrível que pareça, fez. Mas...

Foto puramente ilustrativa.

Wesley PC>

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