quarta-feira, 14 de outubro de 2009

TRÊS TÓPICOS SOBRE A NECESSIDADE REDENTORA DO MASOQUISMO (IM)PERCEPTÍVEL:

- Revi “Martyrs” (2008, de Pascal Laugier) no último sábado. Pela segunda vez, o impacto doloroso extremo do filme é ainda mais forte, mas um detalhe interessante sobre a sessão é que estive acompanhado pro duas pessoas que reagem diferentemente ao gênero horror: um deles desgosta do gênero, mas ficou até o final da sessão e gostou da tese geral do cineasta sobre os testemunhos da miséria do mundo atual; o segundo até que é habituado a filmes semelhantes, mas o poder ‘gore’ deste filme maravilhoso o obrigou a sair da sala, com dores de cabeça violentíssima e um incômodo crescente, de maneira que tivemos que trancar a porta da sala para que ele não sofresse mais com os violentos sons e imagens da meia-hora final do filme;

- Deixei uma cópia deste filme em Gomorra desde sábado, mas as pessoas de lá aparentemente não viram esta preciosidade malévola ainda. Pena. Além de eu considerá-lo genial (em mais de um sentido, tanto intra-roteiristicamente quanto iconoclasticamente em relação às convenções do gênero), tenho intentos mui pessoais em relação à afecção que este filme com certeza causará em alguns indivíduos. Com o tempo, admito que “Martyrs” tornar-se-á mais valorizado, mas, desde já, grito: MARAVILHA DE FILME REALISTA E PERVERSO!

- Um de meus amigos de trabalho chegou ao DAA hoje reclamando de uma forte dor na barriga. Comentei com ele que agora somos irmanados pela dor. Minutos depois, entre uma jovem mancando, com um Atestado Médico nas mãos, desejando pleitear uma reposição de prova, visto que preciso ausentar-se em virtude das dores que sentia. Tal situação fez com que eu pensasse comigo mesmo: “sinto realmente dor?”. Lembro que, sempre que recomendo este filme poderoso e extremado, costumo dizer que ele tem a ver comigo. Sou uma testemunha! Feliz de quem suportar dignamente a cena acima.

Wesley PC>

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