sábado, 24 de dezembro de 2011

“ESSA ESTÓRIA É FICCIONAL, MAS EU GOSTARIA QUE TIVESSE ACONTECIDO”...


“Admito que ele manteve o tom de voz baixo durante a sua insistência renitente e, da mesma forma, nego que tenha gritado com ele. Não havia motivo para tal: se ele não estava gritando, não havia por que eu gritar. Entretanto, fui obrigado a ser cada vez mais incisivo em meu tom de voz a cada vez que ele repetia o meu texto infundado no afã por tentar me convencer a aceitar seu documento inautêntico. Ou seja, para uma pessoa que queria ouvir um sim em desacordo com as regras que sigo no trabalho, qualquer não firme parecerá uma grosseria. Quando tratou-se apenas de mera fidedignidade ao que o Edital exigia, único instrumento de poder do qual eu me servia naquele instante, ao contrário do que fui acusado. Mais: se ele reclamou de ter sido ‘repreendido’ em público, isso deveu-se a um erro de interpretação de sua parte, visto que, da mesma forma, fui repetidas vezes confrontado em público, por uma pessoa que se negava a entender a simples assertiva de que ele não atendia a uma clara exigência do certame para o qual pretendia se inscrever.”

O título acima faz parte da conclusão do belo curta-metragem “Eu e o Cara da Piscina” (2010, de William Mayer), visto na tarde de hoje, em meio a outros curtas-metragens ‘gay’, como, por exemplo, “E-Mail Express” (2002, de Barbara Marheineke), de onde retirei a imagem anexada a esta postagem, cuja epígrafe faz parte de minha defesa à Ouvidoria do local em que trabalho, diante de uma acusação estapafúrdia de mau atendimento. Sei que, ao menos neste caso, eu não estou errado, mas o modo como recebi esta denúncia me deixou perturbado: já não bastava o mal-estar natalino por si mesmo?! Mas deixe quieto: tenho outros curtas-metragens homoeróticos para ver!

A estória resumida no parágrafo destacado, portanto, é real, mas eu gostaria que não tivesse acontecido. No primeiro curta-metragem, brasileiro e mais recente, um rapaz fantasia com o seu melhor amigo heterossexual, quando ambos se banham num parque aquático. No segundo, alemão e produzido oito anos antes, um publicitário fotografa seu próprio pênis e envia a imagem, sem querer, para o setor de ‘brainstorming’ de sua empresa, que, naquele momento, estava justamente buscando o ‘slogan’ para uma campanha de asseio masculino. O jargão “o tamanho faz a diferença” garante a permanência do publicitário em sua empresa. Às vezes, atos falhos contribuem para o sucesso profissional. Tomara que a falsa descrição de um ato, por parte de quem me acusou, não me atinja negativamente. Não é hora para isso...

Wesley PC>

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