Quando a minha linda sobrinha neo-alagoana de 25 anos nos
visita, minha mãe foca preocupada que meu irmão mais novo a assedie
sexualmente. Como ela é muito bonita e ele tende a se embebedar, as fronteiras
morais que regem a ignorância familiar da beleza erótica alheia tendem a ser
quebradas, pensa a minha mãe justificadamente paranóica, que se cerca de
cuidados censórios quando a minha sobrinha se hospeda por aqui...
Curiosamente, nos últimos dois dias, em que o rapaz da
direita na foto esteve hospedado em minha casa, minha mãe não ostentou as
minhas preocupações. Apesar de, oficialmente, ele não fazer o meu tipo (no
sentido de que seu fisiculturismo evidente me distancia de uma imersão mais
detida), no que tange ao terreno bruto da sexualidade aparente, o volume
contido na parte baixa e seu ventre me tornaria um óbvio refém de seus encantos
anatômicos. Entretanto, ele é meu sobrinho. E, como tal, ao entrar em contato
com ele, estive tão preocupado em entender quem ele era (visto que não o via há
mais de uma década), do que ele gostava, o que ele pensava sobre mim, etc....
Ou seja, apesar de eu ser um defensor inconteste do incesto, na prática isso é dificultado
por diversos fatores, mais ou menos como acontece em relação ao canibalismo:
quando temos um envolvimento emocional (principalmente familiar) com os nossos “objetos
de consumo”, a relação torna-se diferenciada, particularizada, dotada de muitos
mais vieses além da mera saciação fisiológica. Foi o que se demonstrou aqui!
Fiquei tão angustiado em compreender quem era aquele
desconhecido que se instalou em minha casa que meus instintos básicos e
onipresentes acalmaram-se, cederam espaço a outras preocupações mais amplas.
Numa fila de supermercado, inclusive, eu e o meu sobrinho conversamos sobre um
caso aberrante de estupro que aconteceu no município alagoano de Delmiro
Gouveia, onde um homem estuprou um bebê de apenas quatro meses. Ficamos
atordoados ao imaginar a cena. Meu sobrinho, que já é pai de uma criança,
ofereceu uma solução prática: “puxa, prostitutas estão tão baratas hoje em
dia... Por que fazer isso?!”. A resposta imediata era óbvia: perversão!
Noutras palavras, incesto e canibalismo são situações que
não podem ser tão controladas aprioristicamente quanto eu insisto em defender
nalguns lugares tendentes à reação alarmada diante do que afirmo. O que não me
impediu de, enquanto me afligia com vontade de urinar, tive de esperar que o
meu sobrinho desinterditasse o banheiro. Ou seja, ele se masturbava. Não espontaneamente,
como muitos de nós o fazem, mas programadamente, levando o telefone entulhado
de vídeos pornográficos para o banheiro, realizando os movimentos de carícia
fálica como se efetuasse uma série de exercícios aeróbicos controlados por um
instrutor de educação física. Achei aquilo tudo tão desestimulante (sim, eu o
estava observando pelas gretas da porta!), mas, ao examinar isoladamente a sua
ereção, não pude deixar de isolá-lo eroticamente. Ali, ele deixou de ser um
parente, para se tornar um pedaço latejante de carne peniana, intumescida, suja
de esperma. Ainda assim, era algo estranho... Preciso pensar muito sobre isso. De
hoje em diante, quando eu falar sobre incesto, terei novos pareceres internos
para expor e considerar discursivamente. Como diz o jargão, “na prática, a
teoria é outra!”. Ou talvez não...
Wesley PC>
Um comentário:
Não sinto nada pelos meus sobrinhos,ainda bem,rs.
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