sexta-feira, 12 de julho de 2013

ARNAUD DESPLECHIN: PALMAS PARA O ALTO!


Amo "Esther Kahn" (2000) e não gosto muito - ou melhor, não entendi bem - "Reis e Rainha" (2004), mas é inequívoco que eu estava destinado a ser um fã incondicional do cineasta francês Arnaud Desplechin: em "Um Conto de Natal" (2008), eu me entreguei por completo!

Por mais difícil que o filme seja em seu estilo elíptico e plurivocal - parece que o diretor homenageia um diretor diferente (de Alain Resnais a Mike Leigh, passando por François Truffaut, Alfred Hitchock, Claude Sautet e tantos outros) cada vez que um personagem entra em cena, de tão visualmente barulhento que o filme é... Na trama, uma briga entre irmãos - nunca suficiente explicada, diga-se de passagem, o que só reforça a genialidade proposital do roteiro - é ´parcialmente suspensa quando o parente banido dos eventos familiares é, além de um adolescente com problemas mentais, o único a apresentar compatibilidade medular com a sua mãe, o que permite que ele possa chantagear o seu retorno ao acolhimento familiar a partir de uma doação á progenitora acometida por um raro linfoma. Este ponto de partida, entretanto, é subvertido em favor de pequenos atos de vida e de sobrevivência emocional, para o qual focos luminosos, fechamentos de íris, músicas árabes misturadas com músicas clássicas, amores superpostos, tudo é válido! Saí da sessão absolutamente impressionado com o quanto o filme é inusitado em sua panóplia estilística. Genial, pura e simplesmente! Além de visto num momento deveras oportuno... Preciso revê-lo!

Wesley PC>

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