Waldir Kopezky é um dos piores diretores da Boca de Lixo
paulistana. Ainda assim, a sua parceria com o diretor e roteirista Fauzi Mansur
rendeu filmes que são, no mínimo, inusitados: já havia visto “Sexo Profundo”
(1981) há alguns meses e, na tarde de domingo, resolvi ver “Em Busca do Orgasmo”
(1981). Nossa, como este filme é ruim!
Além do enredo sobre um apicultor maluco que resolve criar
uma sociedade de mulheres-abelhas moralistas para dirimir as orgias que flagra
em seu trabalho camponês ser absolutamente estapafúrdio, tive acesso a este
filme numa cópia horrenda, quer misturava o mesmo com cenas inacabadas de outro
filme [“Loucura Erótica” (1983), que fora dirigido sob o pseudônimo Fernando
Ferro] e enxertos absolutamente inoportunos de sexo explícito, que tornavam a audiência
insuportável em seu sobejo de ininteligibilidade. Matilde Mastrangi está quase
irreconhecível de tão meiga. E a extração de erotismo a partir de um contexto
tão bizarro e cruel, no qual uma mulher castra um homem, ao chuveiro, com os
próprios dentes e afrodisíacos de cavalos são injetados em pretensos zangões
humanos é, para dizer o mínimo, infundada.
O filme me deixou perplexo: por mais odiável que ele seja,
há algo ali para ser investigado com mais cautela: é um filme repleto de paixão,
apesar das imposições das fodas que poderiam atrair o público. Tomara que eu
encontre uma cópia intacta do que fora pretendido pelo realizador. O engano
aqui é produtivo!
Wesley PC>
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