domingo, 2 de outubro de 2011

EPISÓDIO 5 DE “GAME OF THRONES”, “O LOBO E O LEÃO”, E A PERPLEXIDADE ELOGIOSA QUE SE SEGUE...

Na tarde última de quinta-feira, um dos alunos que passam corriqueiramente diante de mim no balcão de atendimento da Universidade presenteou-me com um DVD com a primeira temporada completa da série televisiva “Game of Thrones” (2011), produzida pela HBO a partir de uma ambiciosa série literária do escritor norte-americano George R. R. Martin. Relutei um pouco antes de começar a ver esta série, mas, de ontem para hoje, não consigo mais retirá-la de minha mente: ouso antecipar que é o melhor produto serial essencialmente televisivo com que entro em contato há décadas. É impressionantemente perfeito!

É cedo para eu revelar detalhes sobre a trama – ou melhor, sobre as múltiplas tramas – deste brilhante seriado. Porém já é demasiado tarde para eu me confessar impressionado com os magníficos desempenhos de Sean Bean como o honrado protagonista Ned Stark, de Emilia Clarke como a exilada e inicialmente cândida Daenerys Targaryen, de Michelle Fairley como a obstinada e servil Catelyn Tully Stark, e, principalmente, do magistral Peter Dinklage como o sarcástico e literato anão Tyrion Lannister, que pronuncia os diálogos mais exuberantes do seriado, daqueles que dá vontade de estar com o caderno de anotações a postos o tempo inteiro, se as reviravoltas da trama não nos mantivessem em absoluta suspensão espectatorial...

“ – Por que tu lês tanto?
- Olhe para mim e diga-me o que vês.
- Isto é um truque?
- O que tu vês é um anão. Se eu fosse o filho de um camponês, ele teria me deixado na lenha para morrer. Entretanto, como eu nasci um Lannister, coisas são esperadas de mim. (...) E eu devo fazer a minha parte para honrar a minha casa, não achas? Mas como? Bem... Meu irmão tem a sua espada, eu tenho a minha mente. E uma mente necessita de livros tanto quanto uma espada precisa de uma pedra para afiar. Eis o porquê de eu ler tanto.”
(episódio 02 da primeira temporada).

Glupt! Depois de ter ficado bastante impressionado com o diálogo acima, segui em frente no acompanhamento do seriado e, no quinto episódio, deparei-me com a decapitação violenta de uma égua no cio, com uma tentativa quase bem-sucedida de assassinato ao protagonista, com uma cena de felação homossexual, com uma cena de nudez frontal masculina, com tramóias e conspiradas cada vez mais inesperadas, por mais ansiadas e suspeitas que as mesmas sejam, tudo neste seriado é genial e espetacular, incluindo-se aí a ótima direção de arte e sua combinação minuciosa com os diretores de fotografia, a esplendida trilha sonora de Ramin Djawadi e os inteligentes estratagemas roteirísticos comandados por David Benioff, incluindo-se aí os insistentes enfoques instintivos dos personagens, sempre vistos defecando, fodendo ou mijando, às vezes em situações deveras inusitadas e ambientes inóspitos. Estou mais do que ansioso para assistir aos demais cinco episódios desta primeira – e, até então, única – temporada!

Wesley PC>

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