quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

WESLEY AMA RAFAEL – PÁGINA 7.512

No Rosa Elze, bairro que faz fronteira com a Universidade Federal de Sergipe, existe uma clínica ortopédica. Nesta clínica, existem diversas pessoas que trabalham e outras que aguardam atendimento médico. São comuns as situações em que, no trajeto para o meu local de trabalho, preciso desviar da calçada, a fim de não competir espaço com idosos que são carregados em ambulâncias ou pessoas em cadeiras de rodas que anseiam pela vez de serem atendidos. Na antevéspera de Natal do ano passado, um médico e uma enfermeira/secretária conversavam na calçada. Ele estava sério em demasia e eu pensei que se tratasse de um assunto profissional sério. Quanto me aproximo dos dois, ouço a mulher comentar em tom alto: “eu não estava pronta para entrar num relacionamento destes numa hora dessas... Sofri muito!”. Fiquei imaginando: e se fosse comigo? Fui para o trabalho como todos os dias e este pensamento interrogativo misturou-se a vários outros...

...Misturou-se a vários outros. Dezembro de 2009 acabou, janeiro de 2010 chegou e, com ele, meu aniversário e a cerimônia de colação de grau dos alunos do CECH – Centro de Educação e Ciências Humanas. Estive presente a tal cerimônia, em virtude de um convite de uma amiga de trabalho, mas o momento mais emocionante de meu dia de ontem aconteceu quando duas formandas de História, chamadas Anne Caroline e Aline Cruz, encontraram-me no meio da multidão barulhenta e insistiram por um abraço carinhoso e sincero de minha parte. Como fiquei feliz neste momento! Além de gostar bastante das duas belas e jovens garotas, em breve teremos mais assuntos em comum, dado que penso em concorrer a uma das 45 vagas disponíveis para ingresso como Portador de Diploma da UFS neste ano. Sempre gostei de História, mas não adiantei este desejo em virtude de problemas (e desejos) pessoas envolvendo alguns alunos deste curso. Mas, quer saber? Que se dane! De vez em quando, é preciso arriscar...

De vez em quando, é preciso arriscar... E, se houve alguém que arriscou neste Brasil querido, este alguém atende pelo nome pioneiro de Humberto Mauro, diretor de, entre outras obras-primas, “O Descobrimento do Brasil” (1937). Tive o prazer extremo de ver este filme maravilhoso em tela grande, numa sala de cinema que foi extinta por ficar num local que “vai de encontro à moralidade das famílias sergipanas”, segundo denúncia coletiva que foi endereçada contra a antiga Rua 24 Horas de Aracaju, ponto de encontro de homossexuais. Na ocasião em que o clássico brasileiro foi exibido, uma assessora do Ministro da Cultura do Brasil comentou todos os auspícios da restauração da cópia exibida, mas, para a minha desilusão e de outros cinéfilos presentes à sessão, nada de substancial foi discursado acerca da feitura ou relevância do filme. Conclusão: mais uma vez, fica sabido que História diz respeito, na maioria dos caos, mais ao que foi escrito do que ao que realmente aconteceu. Ode ao discurso!

Wesley PC>

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