sexta-feira, 3 de junho de 2011

UM GRITO REAL, UMA ANGÚSTIA REAL, UMA DÍVIDA REAL!

"Eu já comi muito cu de homem aqui em Aracaju. Pegava o homem e ia para a cama e, em vez de o homem me comer, quem comia era eu. Chegava num lugar assim, e ele me perguntava se eu tinha periquita. Eu dizia: 'pega pra ver!'. Quando ele pegava, o caete levantava. Aí ele dizia: "vamos ali prum lugar'. Ia pros matos e lavava o rabo na Ponte do Imperador... Hoje em dia, eu tô livre, bela e loira... (...) Eu faço cunete (prática sexual que consiste em lamber o ânus), faço de tudo com o homem. Nunca peguei AIDS na vida. E nunca usei camisinha. Já fiz exame, mas nunca peguei AIDS não. E não tenho medo também não!”

No final do ano passado, um amigo que está se licenciando em História entrevistou Magnólia, um conhecido homossexual sergipano. Achei tão brilhante o depoimento sincero e naturalista deste personagem real que, a fim de executar adequadamente uma atividade prática de aprendizado de Jornalismo, pedi autorização ao responsável pela captação do referido depoimento para utilizá-lo e transcrevê-lo sob minha responsabilidade. Ele permitiu. Entretanto, no momento de executar os meus intentos de publicação, esbarrei nas limitações e na censura institucional do veículo que me serve de laboratório textual: segundo minha professora - muitíssimo competente, aliás - a Universidade não veria de bom grado um texto em que pululassem termos como 'pica', 'foder' ou simplesmente 'cu'. Por mais que eu tenha suprimido alguns vocábulos considerados chulos na transcrição da entrevista, tenho certeza de que, ainda assim, não verei publicados alguns trechos essenciais da entrevista, como o que serve de epígrafe a esta postagem e a contagiante declaração nostálgica que a encerra. Pena. Mas que fique aqui registrado em voz alta que estou muitíssimo agradecido a Fábio Rogério, por ter me cedido as imagens de Magnólia, e à própria Magnólia, por ter existido. Digo mais: enquanto realizava a minha diligência acadêmica, descobri que Magnólia já tachara a minha mãe de 'bruaca', quando a segunda foi obrigada a negar atenção à primeira, quando esta insistia para adentrar as dependências do Hospital São Lucas, onde minha mãe trabalhou durante a década de 1980. Que honra!

“Mulher tem vagina, mas viado tem é cu e pica demais no cu inflama no outro dia. Quando eu era mais nova, tinha uma tara da peste por homem. Dava um montão de vezes por noite e só trepava sem camisinha"...

Grande Magnólia!

Wesley PC>

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