segunda-feira, 25 de abril de 2011

SERÁ QUE A QUANTIDADE DE SÊMEN EJACULADO TEM MESMO A VER COM A QUALIDADE DO GOZO?

Prefiro abordar esta questão com um exemplo literário rasteiro: no dia de ontem, eu resolvi ler o livro infanto-juvenil “O Filho do Caminhoneiro” (1994), de Aristides Fraga Lima, por mero desencargo ocupacional. Achei que não fosse de mau tom entrar em contato com uma trama exacerbadamente otimista, em que um caminhoneiro cearense encontra um bebê vivo entre os destroços de um acidente automobilístico, e entrega-o a uma jovenzinha de 12 anos, que o cria como filho e, anos depois, se apaixonará pelo caminhoneiro e constituirá com ele a família ideal para o garotinho que batiza o livro. É uma trama sem surpresas e muito cômoda no que tange aos preâmbulos de dificuldade enfrentados pelos personagens: eles não enfrentam problemas monetários, não sofrem por amor, não perdem tempo se lamentando... O máximo que ocorre é a necessidade de esperar alguns anos para que anseios determinados sejam realizados. Afinal, dá tudo certo e não tinha como não dar: as exigências genéricas do livro exigem!

Impregnado com meus preconceitos de adulto pervertido, enquanto lia o livro incomodava-me com as ralas composições dos personagens: os anos passavam e era como se eles continuassem iguais. Falhas ou máculas de caráter não eram percebidas sequer ao longe. O caminhoneiro, por exemplo, é um ser extremamente assexuado, apesar de estar no vigor de seus 20 anos de idade. Na vida real, não é bem assim que acontece: sei porque meu irmão mais velho e os vizinhos com quem mais me relaciono amistosamente são caminhoneiros. Enquanto o primeiro adquiriu várias doenças venéreas após transar com prostitutas de beira de estrada, os outros tiveram suas iniciações sexuais com o mesmo topo de mulher, que, não raro, chega a oferecer serviços por menos de R$ 10,00. É cruel o que a penúria as leva a se submeter...

(...)

Penso que seja de comum acordo que, no sexo, não buscamos o nosso prazer, mas também – ou talvez, principalmente – o prazer do outro, de quem nos acompanha. Recentemente, estive envolvido numa dada situação em que um parceiro ejaculou bastante ao cabo de meus serviços orais e manuais. Não era uma relação consensual, no sentido mais lato do termo, mas ele ejaculou tanto que sou levado a crer que sim, ele sentiu prazer comigo, eu consegui lhe dar prazer. Tomara...

(...)

Se, por um lado, o livro me irritou quando exagera ao descrever e comemorar as habilidades supostamente natas de uma criança de 10 anos enquanto condutor de veículos pesados, fiquei imaginando comigo mesmo o quanto a figura do caminhoneiro jovem vem se tornando um ideal romântico para mim. Lembro que, um dia, quando eu trabalhava como contra-regras para uma empresa infantil de teatro, um deles descreveu para mim como se masturbava. Eu fiquei observando-o, com desejo, mas estava a serviço e não soube como aproveitar esta bem-vinda oportunidade erótica. Nunca mais encontrei este caminhoneiro, mas outros estiveram nus diante de mim depois disso. E como valeu a pena!

Wesley PC>

2 comentários:

Tiago de Oliveira disse...

NÃO: é a resposta para a pergunta-título. Por razões pessoais...

Gomorra disse...

Pena...
Eu estava confiante que eu tivesse alguma participação no "serviço" ejaculatório... Chuif, chuif!

Custava eu não ter perguntado? (kkkkkkkkkkkkkk0

Mas obrigado por ser realista e clarear meus olhos, Tiaguinho!

WPC>