domingo, 24 de abril de 2011

“METAL ON METAL” (INDICAÇÕES GENÉRICAS ACERCA DE MINHA FAMILIARIDADE APENAS TANGENCIAL COM O TIPO DE MÚSICA QUE A BANDA CANADENSE ANVIL TOCA)

Respondam rápido: eu gostaria de uma canção permeada por odes ao número 666 que tem no refrão os seguintes versos “I'd rather be a king below than a servant above/ I'd rather be free and hate than a prisoner of Love”? Quem me conhece, bem sabe que, sim, eu prefiro o extremo oposto do que prega “666”, a segunda canção mais famosa da banda canadense Anvil, a qual eu não conhecia, até assistir, por acaso, ao documentário “Anvil! A História de Anvil” (2008, de Sacha Gervasi) na tarde de hoje.

Tive muita vontade de assistir a este filme porque ele me foi sobremaneira elogiado por alguns amigos virtuais cinéfilos, mas, infelizmente, gostar de ‘heavy metal’ é uma pré-condição para se gostar deste filme, centrado numa estória real que, admito, é bonita: na década de 1970, dois amigos com mais ou menos 14 anos de idade resolvem montar uma banda e fazem relativo sucesso com a canção-título do álbum “Metal on Metal”, de 1982. Entretanto, vinte e seis anos depois deste sucesso, os dois principais integrantes da banda – o vocalista e guitarrista Stve ‘Lips’ Kudlow e o baterista Robb Reiner – são obrigados a sobreviver através de empregos comuns e não conseguem êxito no plano de lançar o 13º disco da banda por uma gravadora. Acompanhamos, portanto, uma turnê da banda pela Europa, mas eles não somente não são pagos como não sentem que são devidamente reconhecidos pelo público em geral, não obstante chamarem a atenção e serem calorosamente recebidos por admiradores eventuais. Uma bonita estória, admito, mas que não me convenceu de todo.

Nutri uma simpatia considerável por Tiziana Arrigoni, fã que se torna agente da banda, mas incomodei-me pela “invisibilidade” pretendida pelo operador de câmera Christopher Soos, que transita pelos mesmos ambientes da banda, mas é ignorado, como se a presença do aparelho captador de imagens fosse algo que sempre tivesse existido... Senti-me tentado a criticar os envelhecidos integrantes da banda por se contradizerem ao dizer que “a família é a coisa mais importante do mundo”, ao mesmo tempo em que compõem verdadeiras incitações ao Mal e à destruição, mas seria nulo de minha parte fazer isso. Lembro que, numa discussão célebre com um amigo metaleiro, distingui os fãs de ‘heavy metal’, ‘punk rock’ e música ‘indie’ como sendo, respectivamente, homicidas, terroristas e suicidas, mas era uma generalização que tinha função taxonômico-cômica mais subjetiva do que necessariamente um lastro genérico objetivo, mas, por dentro, eu acho isso mesmo (risos). Assim sendo, sou um tanto desautorizado, no plano ideológico-motivacional, a admirar o ‘heavy metal’, gênero musical bem mais adequado para quem sabe executar instrumentos. Mas, mesmo assim, a inusitada história de (in)sucesso da banda merece ser conhecida, ainda que, pessoalmente, eu não sinta lá muita vontade de ouvir este álbum...

Wesley PC>

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