sexta-feira, 29 de abril de 2011

CLIMA DE FIM DE FESTA? NÃO, NÃO, DE (RE)COMEÇO!

Acabo de chegar de uma apresentação sinfônica para a qual fui convidado de última hora. Não sabia necessariamente o que ia encontrar, mas logo descobri que se tratava da apresentação de alguns executores de acordeão da Bavária. Chamei um vizinho amigável e deslumbrado para me acompanhar e, surpresa, em poucos momentos, víamos e ouvíamo-nos contentes diante de uma paródia operística (que eu não conhecia) composta prioritariamente por miados, de uma contagiante e exitosa apresentação da Orquestra Sanfônica de Sergipe e de uma versão em côro de minha faixa erudita favorita, a imponente abertura da “Carmina Burana” (1937), de Carl Orff: “O fortuna/ Velut luna/ Statu variabilis,/ Semper crescis/ Aut decrescis; Vita detestabilis/ Nunc obdurat/ Et tunc curat/ Ludo mentis aciem,/ Egestatem/ Potestatem/ Dissolvit ut glaciem”.

Dois colegas de trabalho faziam parte do coral, aliás, e, em homenagem e agradecimento ao bem-sucedido esforço deles, quando eu tiver de posse de uma das fotos que capturei da apresentação, redigirei aqui um novo texto sinóptico sobre os beneplácitos merecidos que eu presenciei naquele teatro, em que cada exclamação ansiosa de meu companheiro vicinal – que nunca tinha pisado numa casa de espetáculos como aquela – enchia-me de contentamento provinciano, termo entendido aqui em sua melhor acepção, uma acepção que explica por que tantas e tantas pessoas sentiram-se pungidas a ficarem de pé durante a execução do Hino Nacional Brasileiro. Desde já, antecipo: foi bonito, foi bonito!

E, enquanto o momento não chega, tomo como metonímica esta imagem final do clássico “O Papai da Noiva” (1950, de Vincente Minnelli), filme protagonizado por Spencer Tracy e uma muito jovem Elizabeth Taylor, em que o personagem do primeiro gasta uma fortuna para garantir que a cerimônia de casamento da segunda fosse a mais inesquecível possível. Em mais de um sentido, hoje eu re-entendi que, se fosse eu no lugar dele, faria o mesmo – por mais fetichista que eu me assumo ao confessar isto. Que se dane!

Wesley PC>

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