sexta-feira, 7 de maio de 2010

“TODO DIA, ELE FAZ TUDO SEMPRE IGUAL”...

Todo mundo sabe que eu caminho muito rápido. Tanto que, quando existe alguém mais lento diante de mim num espaço pequeno, um conflito é inevitável. Hoje aconteceu um desses conflitos. Tencionava chegar cedo ao trabalho, visto que precisava imprimir um artigo acadêmico. Havia um aluno caminhando pausadamente diante de mim, de maneira que houve um momento em que pisei sem querer no seu chinelo. O contato foi tão violento que ele quase leva uma queda no chão. Como eu estava ouvindo música alta e estava apressado, nem tive como me desculpar. Mas, por dentro, eu fiquei preocupado: vai que este homem corre atrás de mim e me espanca (com razão)? Resignei enquanto adiantava o passo, já aguardando o soco. Não é que, duas horas depois, justamente ele aparece no DAA pedindo-me uma declaração?! Olhou-me como se nada tivesse acontecido. “Não deve ser rancoroso”, pensei.

Fui dormir muito tarde ontem, justamente preocupado com a confecção do artigo que precisava entregar. Motivo: parecia fácil demais e tinha tempo de sobra, o que fez com que questionasse largamente a minha capacidade de redigi-o. Agora que está pronto, evito pensar muito em seus defeitos, em virtude do prazo de entrega para a manhã de hoje. Qual não foi a minha surpresa ao correr para a sala de aula e encontrar um pedido de desculpas pela ausência da professora escrito na lousa? Grrrrrr... E agora? Como superar a tentação de futucar o artigo? Meu pseudo-perfeccionismo anárquico me extenua!

Além do trabalho, outros fatores me extenuam: o afã (por enquanto, irrealizável) de ver a obra integral do canadense Michael Snow; as conseqüências negativas do opressivo horário de trabalho de pessoas cujo convício me faz bem; a minha patológica necessidade de agradecer a quem me faz bem pelo simples fato de me fazer bem; a lembrança de que utilizei uma revista Playboy para descobrir a masturbação... Ai, ai.

Wesley PC>

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