Enquanto caminhava em direção ao trabalho, recapitulava mnemonicamente as minúcias trágicas de “Blade Runner, o Caçador de Andróides” (1982, de Ridley Scott), em minha opinião o melhor filme da década em que nasci, o filme que melhor sintetiza os augúrios e temores desta época. Para além da magnificência envolvendo os replicantes que requisitam um pouco mais de vida, havia um romance condenado ao fracasso vinculando o protagonista a uma mulher que talvez não tenha tempo para desfrutar de sua companhia. “Pena que ela não vá viver. Mas, afinal, quem vive?”, pergunta um cínico policial estrangeiro numa cena-chave do filme. A resposta é interrompida e substituída pela trilha sonora do Vangelis. Distraído (ou amargurado), apesar de satisfeito, colidi violentamente meu antebraço com relógio contra o espelho retrovisor de um automóvel estacionado na estrada. Temi que o aparelho tivesse quebrado após o choque, mas dei de ombros e segui em frente na minha jornada. Outros pensamentos tomavam conta de minha mente. A metonímia da Pris (Daryl Hannah) segurando uma boneca enquanto perece explicita bem o que eu estaria sentindo...
Escrevi isto nalgum canto e depois de algum tempo estava caminhando de volta para casa, temeroso em encontrar o dono do veículo em cujo retrovisor meu antebraço com relógio bateu. Ao invés disso, conversei por alguns minutos com um rapaz que havia acabado de queimar as suas roupas, em virtude de uma micose que adquirira recentemente. Pedi que ele desse um recado a outra pessoas, mas ele não mora mais no mesmo lugar. As pessoas (se) mudam... Chegando em casa, escutei mais um pouco das músicas antológicas do Vangelis, enquanto minha mãe assistia à reprise de sua novela vespertina. Em tese, estarei vendo um filme recente do Guy Ritchie às 16h20’, preparando-me para ver “Sherlock Holmes” (2009) no cinema, caso eu ganhe folga empregatícia amanhã à tarde, em virtude de uma prévia carnavalesca que altera a rotina da cidade. Estou precisando voltar à minha rotina (risos). Exagerei no improviso esta semana!
Voltando ao filme: que genial idéia de Philip K. Dick (autor do conto “Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, que deu origem ao roteiro) em fazer com que o engenheiro elétrico Sebastian (vivido por William Sanderson) seja um solitário portador da Síndrome de Matusalém, que passa os dias brincando com seus bonecos de corda, que reproduzem tacitamente os movimentos e expressões humanas. Ao final, ele não poderá dar mais vida aos sofridos replicantes, mas, afinal, quem vive?
Wesley PC>
Escrevi isto nalgum canto e depois de algum tempo estava caminhando de volta para casa, temeroso em encontrar o dono do veículo em cujo retrovisor meu antebraço com relógio bateu. Ao invés disso, conversei por alguns minutos com um rapaz que havia acabado de queimar as suas roupas, em virtude de uma micose que adquirira recentemente. Pedi que ele desse um recado a outra pessoas, mas ele não mora mais no mesmo lugar. As pessoas (se) mudam... Chegando em casa, escutei mais um pouco das músicas antológicas do Vangelis, enquanto minha mãe assistia à reprise de sua novela vespertina. Em tese, estarei vendo um filme recente do Guy Ritchie às 16h20’, preparando-me para ver “Sherlock Holmes” (2009) no cinema, caso eu ganhe folga empregatícia amanhã à tarde, em virtude de uma prévia carnavalesca que altera a rotina da cidade. Estou precisando voltar à minha rotina (risos). Exagerei no improviso esta semana!
Voltando ao filme: que genial idéia de Philip K. Dick (autor do conto “Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, que deu origem ao roteiro) em fazer com que o engenheiro elétrico Sebastian (vivido por William Sanderson) seja um solitário portador da Síndrome de Matusalém, que passa os dias brincando com seus bonecos de corda, que reproduzem tacitamente os movimentos e expressões humanas. Ao final, ele não poderá dar mais vida aos sofridos replicantes, mas, afinal, quem vive?
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