quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

“SMILEY FACE” (2007). Direção: Gregg Araki

Na madrugada de segunda para terça-feira, tive a oportunidade conhecer a bela mãe de Wendell Bigato, amigo querido que, nalgumas de nossas melhores lembranças coletivas, exclamava “chapação!” sempre que acontecia algo de interessante ao seu redor em estado de lombra. Vendo um filme do homossexual Gregg Araki sobre o assunto, não consegui retirar esta exclamação de minha cabeça. De 5 em 5 minutos ouvia a voz de Wendell em minha mente, dado que, relevadas as devidas proporções intelectuais, lembrei muito dele ao ver o filme, nesta madrugada. Na trama, uma atriz (interpretada por Anna Faris) acorda chapada, se entope de maconha e, numa crise extrema de larica, come alguns bolinhos que estavam na geladeira, com o aviso expresso para não serem comidos. Acontece que os bolinhos eram feitos justamente de maconha e ela passa os 88 minutos de projeção zanzado pela cidade, tentando encontrar mais ingredientes substitutivos para o bolo e arranjar um modo de pagar o seu fornecedor. O final do filme surpreende pelo inusitado e pela verossimilhança, não obstante a minha cena favorita ser aquela em que um ‘nerd’ é mostrado masturbando-se no chuveiro, pensando justamente na atriz, de nome Jane F., que ama em segredo, mas que não liga para ele, até que se vê necessitada de dinheiro e se mete numa confusão envolvendo um manuscrito original do “Manifesto Comunista” de Friedrich Engels & Karl Marx. Muitas pessoas esculhambam o filme, reclamam que ele é vazio em comparação com os trabalhos homossexuais militantes do Gregg Araki, mas, para minha surpresa, gostei do filme. Pura identificação alheia, mas válida. Se não ri o quanto se esperava, é porque achei o enredo potencialmente trágico em suas observações sub-reptícias sobre os inconvenientes da lombra alargada. Assim que tiver um tempo livre, levo-o com urgência lá na casa de Wendell...

Wesley PC>

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