Além do astro belga das artes marciais Jean-Claude Van Damme,
do falso indígena televisivo Leonardo Brício e dos modelos de cuecas fotografados
sem cabeça para a revista de vendas Hermes, um dos principais musos condutivamente
masturbacionais de minha pré-adolescência foi o ator paulista Guilherme Leme.
Protagonista da célebre telenovela “Vamp” (exibida em 1991 e reprisada em 1993,
pela Rede Globo de Televisão), este astro em ascensão também chamou a minha
atenção erótica quando interpretou um michê no filme “Anjos da Noite” (1987, de
Wilson Barros), cujas cenas finais eu vira na TV Bandeirantes antes de sequer saber
que era capaz de ejacular. Tendo acesso ao filme na manhã de hoje – graças ao
canal pago Curta! – fiquei impressionado com a qualidade vanguardística do
mesmo: o que teria sido de mim hoje se eu tivesse visto integralmente o filme
quando imberbe? (risos)
No enredo do filme, diversas tramas se entrecruzam: a do
referido prostituto juvenil (Guilherme Leme), que se apaixona por um executivo
(Marco Nanini), mas se deixa seduzir pela ex-namorada atriz deste (Marília
Pêra); a do diretor de teatro (Antônio Fagundes) que acha um cadáver no
apartamento de um amigo quando tenta fazer sexo com uma jovem recém-chegada da
Bahia por quem se apaixona; a da ricaça amante das artes (Zezé Motta) que
permite que uma estudante de Sociologia (Bé Valério) assista a seus ‘videotapes’
particulares enquanto sua assistente (Aída Leiner) e um empregado atlético (Aldo
Bueno) fazem sexo; a do delegado corrupto (Cláudio Mamberti) que pede para
assassinar um executivo, mas não atinge êxito, degolando um inocente em seu
lugar; a dos travestis (entre eles, um irritadiço Chiquinho Brandão)que dublam
canções de Tetê Espíndola, Heitor Villa-Lobos, Liza Minnelli e Maysa no palco
da boate comandada pela personagem de Eliana Fonseca; e por aí vai...
Para além dos diversos méritos técnicos e actanciais do
filme, premiados em quase todos os festivais de cinema brasileiro da época, o
que mais me impressionou nesta audiência tardia porém oportuna foram os sábios artifícios
da direção, que confundia situações teatrais, eminentemente cinematográficas e
musicalmente realistas numa mesma seqüência, sendo deveras exitoso em sua
demonstração de que o que mais apavora aqueles personagens – e talvez nós, os
espectadores – é o medo da solidão.
O propalado estilo “neón-realista” do filme me encantou
deveras e, por algum motivo, também me trouxe à tona as experiências automonossexuais
atreladas à telenovela “Despedida de Solteiro” (1992-1993), cuja foto de
divulgação na revista Contigo! mostrava o quarteto central (os jovens Felipe
Camargo, João Vitti e Eduardo Galvão e o maduro Paulo Gorgulho) de sunga, numa
imagem que até é recordada com certa nostalgia seminal por mim. Foi ótimo (e erotógeno)
ter revisto este filme pela manhã!
Wesley PC>
Wesley PC>
2 comentários:
nossa q interessante essas suas lembranças! aposto q esses atores iriam ficar muito felizes de ler isto!
Tomara...
Guilherme Leme ainda está vivo (risos), agora atua como diretor teatral e, apesar de ter mais de 50 anos, continua bonito e muito charmoso!
WPC>
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