domingo, 21 de outubro de 2012

“... E TU JÁ CONSEGUISTE FAZER ALGUMA ASSOCIAÇÃO?”

Resposta: talvez!

 Na manhã de hoje, finalmente consegui assistir ao famoso filme de Robert Rossen “Desafio à Corrupção” (1961), no qual o jovem Paul Newman interpreta um jogador de sinuca que desdenha a oportunidade de reorganizar a sua vida ao lado de um grande amor, materializado na figura de Piper Laurie, que interpreta muitíssimo bem uma estudante de faculdade bêbada, solitária e manca. Depois de uma desilusão atrelada ao incontrolável vício de seu amado em jogos apostados, ela se suicida, não antes sem confessar que o ama, num piquenique. Quando declara o seu extremo afeto por ele, este reage interrogativa e friamente: “tu realmente precisas ouvir estas palavras?”. Ela: “sim, eu preciso. Se tu as disseres, farei com que jamais te esqueças!”. Mas ele não as disse... E ela morreu, ao passo em que ele enriquece com a jogatina, vencendo finalmente o seu principal adversário. “Não basta ter talento. É necessário também ter personalidade!”, conclui.

 Após o desfecho do filme, fui dormir. Sonhei que fora induzido a um tratamento subliminar que me fazia ficar mais sonolento que o habitual e, dentro do sonho, sonhei que minha cadela ‘poodle’ Zhang-Ke havia falecido por causas naturais. Meu irmão caçula ficou tão triste e desolado que se recusou a enterrá-la. Ao invés disso, atirou-a num açude, próximo ao Rio Poxim, fronteira natural entre os municípios de Aracaju e São Cristóvão. Num dado momento do sonho, eu estava no interior de um ônibus, perseguido um estuprador. Eu era um policial especializado em crimes sexuais e um violentador procuradíssimo estava no veículo, prestes a ser preso por mim. Quando eu olho pela janela, vejo o cadáver de minha cadelinha se movendo sobre a água. Tive certeza de que os movimentos eram devidos às atividades digestivas dos gusanos, mas quis descer para resgatá-la mesmo assim. Acordei apavorado desses dois níveis oníricos, de uma vez só: difícil me livrar daquelas imagens (e sentimentos) atemorizantes...

 Tentei almoçar, mas a comida me parecia ruim, não consegui terminar. Liguei a TV para assistir a um filme sueco sobre anarquia musical, mas a ordem vence, afinal. A ordem vence, afinal. A ordem vence, afinal. E eu gosto da ordem. E a ordem vence, afinal. E o silêncio (mágoa e rancor)!

 Wesley PC>

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