quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"O BURRO É TEIMOSO E IMUTÁVEL, MAS AGÜENTA MAIS PESO QUE OS OUTROS ANIMAIS: SEJAM BURROS NO CASAMENTO, SEJAM BURROS COM OS FILHOS, SEJAM BURROS UM COM O OUTRO, SEJAM BURROS NO AMOR!"

Se, ao invés de burro, eu tivesse escrito asno (visto que ambas as traduções são possíveis para 'ass'), talvez o conselho que intitula esta postagem não soasse tão ambíguo, mas o fato é que me surpreendi bastante com "Encontro de Casais" (2009, de Peter Billingsley), filme que vi por acaso na noite de hoje...

Calhava de ser uma comédia hollywoodiana típica, em que as manifestações de crises maritais renderiam um elogio reiterado à família nuclear, ao final, mas os conflitos relacionais foram bastante sinceros em sua apresentação: um dos casais vive bem, mas sentem falta da lua-de-mel que nunca tiveram; um segundo também vive bem, com sua filha crescida, mas o marido sente falta da liberdade supostamente estrangulada, pois eles engravidaram ainda na adolescência. Isso explica a compulsão masturbatória do marido, que questiona a si mesmo o tempo inteiro se fantasiar com outras mulheres equivale a trair a sua esposa; um terceiro casal supera a impossibilidade de não ter filhos e a recuperação do câncer testicular do marido, mas amam-se para além das preocupações exacerbadas; e o quarto casal não era bem um casal, mas abre espaço para o marido divorciado faça as pazes com sua esposa. Em linhas gerais, a sinopse do filme é esta, mas as situações apresentadas não são comicamente estereotipadas, mas, pelo contrário, dramáticas, bem-conduzidas pela direção e muitíssimo bem defendida pelo elenco, que conta com um Jean Reno em estado de graça como um terapeuta afetado mas bem-intencionado em seu anseio por reunir casais que brigam... Afinal de contas, brigar não é deixar de amar. E eu fiquei muito contente ao final da projeção: o filme é quase ótimo. Surpreendente!

Wesley PC>

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