sábado, 25 de setembro de 2010

QUANDO A BIOGRAFIA VEM ANTES (E DEPOIS) E SEMPRE...

Tal como eu, o diretor/produtor hollywoodiano Howard Hughes (1905-1976)padeceu de Transtorno Obsessivo-Compulsivo crônico em vida. Tanto que, para quem viu a cinebiografia dirigida por Martin Scorsese em 2004, não é difícil atrelar o encrudecimento de seu transtorno aos elementos que alavancaram o seu trágico falecimento. Porém, até então, eu nunca havia visto um filem dirigido por ele, visto que, oficialmente, ele só realizou dois longas-metragens. E o segundo destes dois, “O Proscrito” (1943), alimentou-me animicamente depois que eu enviei uma mensagem de celular em que prometia quedar-me em silêncio passional neste domingo. Meu tipo de amor incomoda os outros, da mesma forma que incomodava aquele sentido pela imperiosa Rio McDonald, vivida com fulgor inflamável por Jane Russell, para quem o diretor utilizou seus conhecimentos aeronáuticos para construir um tipo especial de sutiã, o que contribuiu para que o filme fosse censurado e impedido de chegar às telas de cinema por alguns anos. Quem perdiam eram os espectadores...

Graça a um lançamento descuidado da PromoDVD, tive finalmente acesso a este filme na tarde de hoje. O DVD em pauta custou-me apenas R$ 4,90, mas é fácil entender por que custou tão pouco: péssima qualidade de telecinagem, recursos acessórios mui pobres, ausência de legendas no idioma original, etc.. Mas o filme é ótimo. E isso basta. Bastou-me! Até minha mãe ficou impressionada com o que vira: mais uma versão apaixonada dos feitos de Billy the Kid (interpretado pelo novato e gracioso Jack Buetel, deitado na foto), em que Doc Holliday (Walter Huston) interpõe-se na trama depois que seu cavalo treinado é roubado. O primeiro é acusado pela personagem de Jane Russell de ter assassinado o seu irmão. Enfurecida, ela atira-se sobre ele com uma arma. Em vingança, ele atira-se sobre ela com sua arma organiza natural. Sexo feito, gozo bem-vindo, novas desventuras fora-da-lei, ao som da “Pathétique” de Piotr Ilyich Tchaikovsky, são postas em prática, até que, num dado contexto, Rio é deixada amarrada pelos punhos num cânion. Será que Billy the Kid voltará para resgatá-la. A resposta segue no diálogo original do filme (em inglês mesmo):

Doc Holliday: You know, I think he's in love with you.
Rio: What are you talking about?
Doc Holliday: The crazier a man is for a woman, the crazier he thinks and the crazier he acts.
Rio: He's only crazy about one thing - himself.
Pat Garrett: Hey, that gives me a thought. Maybe we'll get Mr. Billy after all.
Rio: How?
Pat Garrett: Like you said - if he's crazy enough to do you like this, maybe he's crazy enough to come back to turn you loose”.


Ah, se fosse eu… Faria tudo igualzinho! O final do filme é tão bonito quando enternecedor em sua virada histórica. Lindo! Lindo! Lindo! Ah, se fosse eu...

Wesley PC>

Um comentário:

tatiana hora disse...

estava pensando hoje:
que tipo de amor tenho buscado?
e não gostei da resposta que dei a mim mesma!