segunda-feira, 4 de maio de 2009

O QUE É UMA VOLTA?


É a captura voluntária de práticas recorrentes e potencialmente agradáveis? Para mim, sim, ao menos em tese! Depois de 6 meses de férias, voltei ao trabalho, voltei a conviver com alunos problemáticos e eventualmente iracundos, voltei a conviver com pessoas e gostos radicalmente distintos dos meus, voltei a ouvir músicas (ruins) que não quero durante o horário de expediente externo, voltei a caminhar ao menos 15 quilômetros por dia, voltei a dedicar 10 horas diárias ao capitalismo, voltei...

Da mesma forma que estive desempregado e amparado neste intervalo de tempo, descobri encantos maravilhosos neste tempo em que me ausentei, conheci os interiores (em mais de um sentido da Gomorra), conheci a paixão e o desencanto, sofri e chorei e vivi e não morri (ainda)... Sobrevivi!

Sofrendo de um excesso lamentoso de Internet nos últimos dias, optei voluntariamente por ausentar-me deste meio de comunicação de massa, mas, depois de um fim de semana demasiado reflexivo e regado a um filosofo dinamarquês e cinema do Senegal, estou de volta! E sou o mesmo, ainda que inextricavelmente diferente, como dizia o grego Heráclito. Entrei no rio mais de uma vez: não sou o mesmo, o rio não é o mesmo, os dois juntos não são mais o mesmo – e, ao mesmo tempo, sou o mesmo, o mesmo, o mesmo...

Que seja! Este é só um aviso: voltei (ou estou voltando gradualmente) e dentro deste processo de “mudar algo para que tudo continue do jeito que está” (salve Giuseppe Tomasi di Lampedusa!), olho para a foto, datada de ontem, num contexto sofrido (ou imaginariamente sofrido, tanto faz, já que a palavra que o muso baiano pronuncia neste arremedo de sorriso é: ‘pare!’). Voltamos aos poucos...

Wesley PC>

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