terça-feira, 19 de março de 2013

SE ESTE DISCO FOSSE UMA DOENÇA, EU SERIA UM PACIENTE TERMINAL: NÃO CONSIGO PARAR DE OUVI-LO!

Há alguns domingos, comentei com um conhecedor atencioso da carreira do cantor australiano Nick Cave que não gostara muito de “Dig, Lazarus Dig!!!” (2008), visto que não apenas achava o disco irregular como parecia uma tentativa de dialogar (no sentido mais comercial do termo) com platéias maiores. Não apenas ele concordou de imediato comigo como questionou se as suas colaborações cinematográficas com o cineasta John Hillcoat não teriam algo a ver com isso? Apressei-me em responder que não, muito pelo contrário: os roteiros escritos por Nick Cave são ótimos!

 Pois bem, foi graças justamente a este John Hillcoat, diretor de “A Proposta” (2005) e “Os Infratores” (2012), ambos filmes roteirizados por Nick Cave, que tive acesso ao videoclipe de “Jubilee Street” na MTV e me interesse rapidamente pelo novo disco do artista, “Push the Sky Away” (2013), recomendado de forma cautelosa e não muito empolgada pelo amigo ‘connaisseur’ mencionado na primeira linha desse texto. A ótima surpresa: achei o disco excelente!

 Desde que o adquiri, no último final de semana, até hoje, não consigo parar de ouvir este disco repetidas vezes na íntegra. Faço-o agora pela enésima-segunda vez, quando a antológica “Water’s Edge” (faixa 03) está sendo executada em meu aparelho de som. É uma de minhas faixas favoritas do álbum, junto àquela que já mencionei (faixa 04, belíssima em seu elogio tipicamente lúgubre à prostituição) e a soberba “Mermaids” (faixa 05), cuja letra me leva a acompanhá-la empolgadamente:

 “I believe in God
 I believe in mermaids too 
I believe in 72 virgins on a chain (why not, why not)
 I believe in the rapture 
For I've seen your face 
On the floor of the ocean 
At the bottom of the Ray” 

 Mas, além de toda esta beleza, o disco mais recente de Nick Cave and the Bad Seeds ainda nos lega clássicos natos como: a abertura ao som de “We No Who U R” (faixa 01), cuja letra eu dediquei a alguns de meus amigos mais queridos, assim que acordei na madrugada de ontem [“Tree don’t care what a little bird sings/ We go down with the due in the morning light/ The tree don’t know what the little bird brings/ We go down with the due in the morning/ And we breathe, in it/ There is no need to forgive/ Breathe, in it, there is no need to forgive”];“Finishing Jubilee Street” (faixa 07), que acrescenta mais quatro belíssimos minutos de versos aos mais de seis minutos inebriantes da elegia anterior; e o desfecho súbito ao som da faixa-título (09). Digo súbito, porque eu queria mais, muito mais: o disco é tão impactante – o melhor deste o antológico “No More Shall We Part” (2001) – que não consigo parar de ouvi-lo à exaustão. Tem tudo a ver com o meu estado platônico hodierno de amor pelo mundo que me rodeia (para não citar nomes, claro)!

 Wesley PC>

Nenhum comentário: