domingo, 15 de novembro de 2009

“SAIR DE CASA JÁ É SE AVENTURAR!”

Não adianta! Por mais que eu curta a dor-de-cotovelo que impregna a maioria das canções de “Ventura” (2003), terceiro álbum de Los Hermanos, sempre acho que falta alguma coisa, aquela revolta surda e ensurdecedora que marca os rompantes barulhentos dos dois primeiros e maravilhosos álbuns... Mas sou eu dizendo, né? Eu, que ainda enfrento a diarréia de ontem e que preciso sair de casa hoje, para qualquer lugar, queria ver gente, pôr em prática os elogios que estão dentro de mim e que precisam de um (novo) alvo urgentemente!

Na noite de ontem, recluso em casa por casa da referida moléstia, escolhi um filme ao acaso. Saiu um faroeste (precisava de um faroeste!): “Bravura Indômita” (1969), tardio exemplar do gênero, dirigido pelo mestre Henry Hathaway. Quando escrevo aqui tardio, nem de longe isso é um demérito. Ao contrário, é um elogio às surpresas psicológicas que o filme me causou. Ótimo e triste filme!

Na trama, uma garota de 14 anos sente a necessidade de vingar a morte de seu pai. Não basta que o mesmo seja preso e enforcado. Ela quer vê-lo morrendo, a tiros. Contrata um rabugento delegado para fazê-lo. Numa cena marcante, antecipando a violência extrema que se manifestará no filme, o protagonista mata com um tiro certeiro o camundongo que se alimentava dos cereais de seu amigo chinês. Mais à frente, ele esgotará mortalmente um pônei negro que o carrega e à menina, ferida por uma cascavel. Ao final, ele cavalgará sozinho, tachado de “velho e gordo” pela menina, agradecida. Teria surgido uma amizade entre eles? As relações entre os sexos nos clássicos de faroeste me deixam simplesmente desnorteado!

Desnorteado: a quem direcionarei meus elogios agora?

Wesley PC>

Nenhum comentário: