segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O QUE EU TERIA A DIZER APÓS O TÉRMINO DA LEITURA DO ANDRÉ GIDE?

Que, depois de me submeter a um arriscado sexo oral dominical, eu não dormia sem ouvir algo africano? Exatamente!

Estou ouvindo "Lam Toro" (1992), disco do senegalês Baaba Maal, pela terceira vez nesta madrugada. A magnificência de "Sy Sawande" (faixa 09) me levou a pesquisar algo sobre o álbum e foi aí que eu percebi que o arquivo sonoro que eu possuía estava com a ordem errada das canções: apesar de já estar um tanto sonolento, preciso ouvir o disco na íntegra ao menos uma vez, para saber o quanto a minha apreciação anterior do álbum estava errada. Enquanto isso, sigo com as imagens suscitadas pelo livro em minha cabeça...

"O Imoralista" é um livro mas bastante audacioso: publicado em 1902, ele faz com que acompanhemos o relato de Michel, um historiador que, em viagem pela Argélia, ao lado de sua esposa, desenvolve uma tendência obsessiva a se interessar pelos meninos árabes. Quanto mais jovens e moralmente corrompidos, melhor, repete e/ou lamenta o protagonista-narrador em mais de um momento. Porém, o que mais me interessou no relato foi o modo como este historiador enfrentava a hipocrisia dos amigos ditos eruditos que o circundavam. Exemplo: "o povo árabe tem isto de admirável: sua arte ela a vive, canta, dissipa-a quotidianamente; não procura fixá-la nem a embalsama em uma obra. É a causa e o efeito da ausência de grandes artistas... Sempre considerei grandes artistas os que ousam dar foros de beleza a coisas tão naturais que quem as vê pode dizer: 'como não compreendi até agora que também isto era belo...'" (página 148).

Sim, sim... E pensar que eu ganhei este livro de presente de alguém que cria que tal leitura me ajudaria a manter o bom-humor (e o erotismo) diante da situação problemática que ainda me persegue no Mestrado, por conta da exposição exacerbada de minhas nudezes, física e espiritual. Dito e feito. E ouvido e cantado. O Baaba Maal ressoando em meus ouvidos é uma prova viva!

Wesley PC>

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