sábado, 21 de setembro de 2013

EU, PORÉM, ME LEMBRO...

Vi "Como Esquecer" (2010, de Malu De Martino) por simples casualidade. Na verdade, sou obrigado a confessar que, também, com uma forte dose de preconceito: desde que este filme foi lançado, enxergava-o com desconfiança, suspeitava que ele fosse ruim... Pessoas muito confiáveis - e que viram o filme antes de mim - confirmaram isso!

Na trama, Ana Paula Arósio vive uma professora universitária de Mestrado em Literatura que lamenta o abandono de sua amante de mais de dez anos. Frustrada, deprimida e agressiva, ela aceita viver com o amigo 'gay' e viúvo interpretado por Murilo Rosa, que convida uma riponga (Natália Lage) para viver com eles. Esta última, entretanto, engravida e é abandonada pelo namorado, o que a torna choraminguenta, mas a chegada de uma prima irá afetar a todos, bem como a perseguição acadêmica de uma orientanda da protagonista, cujo único amigo é também homossexual... Eis o ponto de partida para os romances intercalados do enredo, que volta e meia menciona o único romance da Emily Brontë...

Diversos são os motivos que me levariam a falar mal do filme, mas a masturbação da protagonista ao banho, a cena mostrada em fotograma (Pierre Baitelli nu e impressionantemente dotado em sentido fálico), e a surpreendente entrega de Ana Paula Arósio à sua personagem irritadiça validaram a minha audiência, que, afinal, se converteu em identificação, em auto-questionamento, em reflexão sentimental... Gostei do filme, por mais defeituoso que ele seja: motivos facilmente identificáveis (alguns deles, recentes) obrigam-me a isto. Fiquei com vontade de revê-lo no futuro... Não é que parece que ele, de fato, ajuda a lidar com as pendengas e feridas ainda abertas?

Wesley PC>

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