sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

QUEM DECIFRA O FIM DOS SONHOS?

Na noite de ontem, cochilei da hora em que cheguei do trabalho até as 23h. Coincidentemente, este era o horário em que iniciava a projeção do marcante filme “Pequena Miss Sunshine” (2006, de Jonathan Dayton & Valerie Faris). Aproveitei o pretexto e o fato de o portão de meu fornecedor habitual de sêmen ainda estar aberto para pedir que ele assistisse ao tal filme. “É muito bom, uma das estórias de minha vida. Te recomendo deveras”. Ele e a família toparam. Fiquei contente ao rever com eles aquele filme tão problemático mas que tanto me fez rir e chorar em igual medida. Ao fim da sessão, ingeri minha dose habitual de gala, direto da fonte. Fez-me bem.

Ao dormir, tive um pesadelo: o pai de minha sobrinha mais velha perseguia-me pelos telhados, pois não queria que eu a engordasse. Havia um juro altíssimo que separava o local em que eu e ele morávamos. Escondi-me na casa de uma vizinha com micose nas pernas. Quando descia do ônibus, um irmão falecido do meu cunhado assassino aguardava-me com um cutelo nas mãos. Um dos antigos amigos de consumo de maconha do meu irmão caçula me protege, pedindo que eu segurasse a sua faca e seu pênis magro em igual medida. Mas eu continuava com medo e sentindo-me desprotegido. Sabia que meu cunhado observava-me de cima do telhado de minha casa. Escondi-me debaixo da cama e, depois de muito tempo, acordei. O que teria sido isso? Algum aviso?

Na foto, uma das mais belas e surpreendentes cenas do filme. Os diretores do filme são especialistas em videoclipe e o roteiro do mesmo é repleto de odes familiares disfarçadas. Porém, a cena não é estragada. A pureza dos sentimentos demonstrados ali é feita em pleno silêncio. Sem musiquinhas ternas ou triunfalistas, sem frases de efeito clicheroso, sem estragos realistas. Apenas um abraço sincero e a reconciliação, num momento em que um dos poucos sonhos do personagem masculino (Paul Dano) estava estraçalhado para sempre. Maravilha de filme!

Wesley PC>

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