domingo, 17 de agosto de 2014

“ELE TRANSFORMOU A MINHA VIDA, NÃO SEI SE PARA MELHOR OU PARA PIOR – NÃO SOU O MESMO DEPOIS DELE, PRINCIPALMENTE NO QUE DIZ RESPEITO AO AMOR...”

Tive acesso ao filme espanhol “Los Amigos Raros” (2014, de Roberto Pérez Toledo) em meio a um turbilhão de expectativas. A obra me foi recomendada como sendo “una película de culto”, um filme que atualiza clássicos oitentistas sobre amizade para os dilemas arquetípicos do século XXI (leia-se sobejo de drogas e ampliação de sexualidades) e, de fato, cumpre bem os seus propósitos, mas... Se o filme parece ter, de fato, me afetado, é porque algo em seu protagonista me fez lembrar o protagonista atual de minhas fantasias...

Na trama, Sam (Adrián Expósito) é um prepotente diretor de curtas-metragens universitários que se suicida. Na primeira cena do filme, seus amigos estão em seu enterro. Aos poucos, cada um deles expõe suas relações pessoais com o falecido: uma amiga de infância decidiu engravidar dele; seus namorados relatam o quanto ele era indiferente; uma namorada confessa o quanto ficou obcecada por ele e se enciumou lancinantemente ao descobrir que ele era bissexual. Tudo converge para que saibamos que Sam era um mau caráter. De repente, uma reviravolta: graças a um intertítulo onde se lê “tomadas falsas”, percebemos que todas as confissões relatadas pelos amigos tratavam-se de aspectos do roteiro do próprio Sam, que simulou o seu próprio suicídio para fins ficcionais. Se este é um recurso batido ou não, evitarei comentar. Mas que, dentro da estrutura laudatória do filme acerca das amizades sinceras, funcionou bastante!

 Na sala de estar do protagonista, há um cartaz do clássico juvenil “Clube dos Cinco” (1985, de John Hughes). Um de seus namorados, assumidamente não-cinéfilo, pergunta se fora o próprio Sam quem dirigira aquele filme, ao que ele assente, de maneira sarcástica, zombeteira. Outro namorado é expulso de sua casa apenas por ter guardado um kiwi em sua geladeira, recurso de que se valia quando estava com prisão de ventre. As frases de efeito pululavam na tela, principalmente no que tange à dificuldade em distinguir se as pessoas se suicidam mais porque estão tristes ou porque estão tão felizes que têm medo que isso acabe. De minha parte, desaprovo o suicídio. Mas aprovo sobremaneira o amor. E, graças ao amor que sinto, o amor que o filme me fez emular não será reprimido: “Los Amigos Raros” merece ser difundido de forma afetiva e elogiosa!

 Wesley PC>

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