domingo, 11 de maio de 2014

“MENININHO QUE FAZ TRÊS BANDIDOS ANDAREM POR MESES A FIO, POR TODO ESSE BRASIL, ATÉ SE CANSAREM, É ALGUÉM QUE DEVE MORRER!”

Não conheço a gênese do Dia das Mães e, como tal, este dia, randomicamente convertido no segundo domingo do mês de maio, não me convence emocionalmente. O que não me impede, claro, de demonstrar afeto sobressalente por minha progenitora, o que é feito diuturnamente, do dia primeiro de janeiro ao dia trinta de dezembro de todos os anos. Na manhã deste domingo, entretanto, queria ver um filme ao lado dela: optei pela produção infantil “O Cavalinho Azul” (1984, de Eduardo Escorel).

Lamentavelmente, uma série de contratempos envolvendo as imprecações toxicomaníacas de meu irmão mais novo impediu que ela se concentrasse na primeira metade da sessão, quando conhecemos o garotinho Vicente (Pedro de Brito, ótimo) e sua paixão pelo cavalo, que não é azul. Na verdade, o tal cavalo é um pangaré velho e magro que, por causa disso, é vendido pelo pai do garoto, pois precisava de dinheiro para comprar comida. A mãe, vivida por Joana Fomm, passava o dia inteiro lavando roupas e tentava interceder pelo cavalo, mas não conseguiu impedir que os dois amigos fossem afastados...

 O restante do filme, portanto, muito bem musicado por Edu Lobo, concentra-se na busca do menininho por seu cavalo, sendo acompanhado de perto por uma garotinha chamada Maria (Ana Cecília Pinheiro Guimarães), que conhece num circo, e por um palhaço e três músicos bandidos, que, impressionados pelos feitos fantasiosos narrados por Vicente, pensam em ganhar dinheiro com as proezas eqüinas do animal azulado. O final é feliz, edulcorado, musical, mas encantador, o que fez com que minha mãe ficasse satisfeita com o trecho incipiente do filme a que teve acesso: não foi uma homenagem em vão, afinal. O filme é muito bom!

 Wesley PC>

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