quarta-feira, 14 de maio de 2014

EPIFANIA EQUIVALE À FELICIDADE AO LADO DE QUEM SE AMA?



As coisas que eu não posso dizer, as coisas que sinto... Claire Denis diz por mim, faz com que eu as sinta ainda mais! Por mais que a última seqüência não tenha me agradado tanto, “35 Doses de Rum” (2008) é um filme que tocou em feridas recentes, e as arreganhou de maneira curativa: o álcool serve para desinibir, para comemorar momentos únicos, singulares... “Poderíamos viver a vida inteira assim...”, diz a filha ao pai, ambos deitados na relva, num momento de felicidade. O instante seguinte (de acordo com a montagem do filme, que comete uma larga elipse) demonstra que, na configuração atual do capitalismo, esse tipo de sonho não é produzido para durar: trabalhar é preciso, prosseguir é imperativo. Por isso, esquivo-me de pronunciar a palavra saudade. Basta?

Wesley PC>

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