As coisas que eu não posso dizer, as coisas que sinto...
Claire Denis diz por mim, faz com que eu as sinta ainda mais! Por mais que a
última seqüência não tenha me agradado tanto, “35 Doses de Rum” (2008) é um
filme que tocou em feridas recentes, e as arreganhou de maneira curativa: o álcool
serve para desinibir, para comemorar momentos únicos, singulares... “Poderíamos
viver a vida inteira assim...”, diz a filha ao pai, ambos deitados na relva, num
momento de felicidade. O instante seguinte (de acordo com a montagem do filme,
que comete uma larga elipse) demonstra que, na configuração atual do
capitalismo, esse tipo de sonho não é produzido para durar: trabalhar é
preciso, prosseguir é imperativo. Por isso, esquivo-me de pronunciar a palavra
saudade. Basta?
Wesley PC>
Nenhum comentário:
Postar um comentário