quarta-feira, 9 de abril de 2014

“O TREINAMENTO DO BOXE É MUITO BRUTAL!”

Gosto muito do cineasta Ugo Giorgetti, um dos mais representativos da cena paulista na década de 1980. Conheci-o tardiamente e, quando soube que “Quebrando a Cara” (1986), seria exibido na TV, na manhã de hoje, apressei-me em demonstrar interesse. O tema do documentário não em agradava tanto (o boxe), mas o pugilista Éder Jofre era tão fisicamente atraente, que fiz questão de ver o filme, com interesses “secundários”, inclusive!

Logo no início, uma ótima surpresa: depois que o título do filme aparece grafado mais de uma vez, a fim de reiterar o quanto a expressão foi recorrente na vida do pugilista, o diretor pergunta-lhe como ele vislumbra que seja o documentário. “Eu espero que o documentário mostre a realidade, né? Que não seja muito ‘cinema’, que não tenha muita maquiagem...”. Esta foi a resposta do boxeador. Sua voz era arrastada, com sotaque carregado de caipira, sendo ele um tanto assemelhado ao cantor brega Amado Batista. Bonito o peste!

Surge na tela uma espécie de árvore genealógica da família Jofre. Quase todos se envolveram com o esporte: até mesmo uma das mulheres tornou-se praticante de luta livre em circos. O patriarca, Kid Jofre, era um pugilista famoso. Eder Jofre tornou-se campeão mundial em pelo menos duas oportunidades. Sofreu algumas derrotas, foi injustiçado em várias, teve uma infância que classificou como pobre e brincara nu quando criança. Fotos são exibidas. De repente, ele pronuncia a frase forte (ou truísta) que intitula esta publicação e exibe-se, seminu, exercitando-se numa academia de ginástica. Excitei-me eroticamente no ato: muito bonito este cara! Ah, se eu estivesse sozinho em casa...

Apesar de discordar das lições de moral da família Jofre, o modo como o documentário era conduzido era magistral: Ugo Giorgetti, aqui em seu primeiro longa-metragem, revelava-se um ótimo diretor. Revendo as filmagens antigas das lutas – em vermelho e branco – eu quase cheguei a torcer pelo boxeador, de tão e empolgado que fiquei. Muito bom o filme, que se encerra com imagens da família Jofre, depois que o pugilista biografado é mostrado treinando o seu sobrinho éder Cláudio, ainda mais bonito. Ai, ai... Grande (e simples) descoberta – erótica, aliás!

Wesley PC>

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