sábado, 1 de março de 2014

“VERGONHA É UMA EMOÇÃO DESPERDIÇADA”!



Mais cedo, convidei um amigo motociclista para me acompanhar numa sessão do filme “Frozen – Uma Aventura Congelante” (2013, de Chris Buck & Jennifer Lee). Cria que desgostaria do mesmo, mas, aos poucos, o roteiro entulhado de bifurcações subtramáticas me encantou: há um bonequinho de neve chamado Olaf que faz qualquer um se apaixonar. Em dado momento, no afã por animar uma rapariga que padecia de congelamento cardíaco, ele fica perto de uma fogueira. Ela pede que ele se afaste do fogo, a fim de que ele não derreta. Ele, porém, encara-a com um sorriso largo e exclama: “há algumas pessoas pelas quais vale a pena derreter”. E eu me emocionei com este pronunciamento apaixonado...

No caminho de volta para casa, comentei com meu amigo motociclista sobre o pendor ‘pop’ de um dos convidados, que sabia a letra de “Let It Go”, canção-tema do referido filme, interpretada por Idina Menzel e Demi Lovato em diferentes momentos. Todos nós concordamos que a canção ficou muitíssimo melhor na voz performática da primeira, atriz que se destacara no seriado televisivo “Glee”, como a mãe da personagem Rachel (Lea Michele). E, na mesma noite, assisti a um episódio emocionante do referido seriado, no qual fui apresentado à frase que intitula esta publicação...

Tratava-se de “The Quaterback”, terceiro episódio da quinta temporada, um capítulo especial sobre a morte do personagem Finn Hudson, interpretado por Cory Monteith (1982-2013), que, na vida real, faleceu de overdose de álcool e heroína. Ele era um dos meus musos ‘pop’ e, como tal, não consegui me esquivar da emoção ao longo do episódio. Não vou mentir: eu chorei!

O episódio era programado para causar este tipo de reação, mas eu resisti bravamente. Entretanto, quando a esquiva Santana (Naya Rivera), justamente a personagem que teve o privilégio de tirar a virgindade do falecido, pede desculpas à rude diretora Sue Sylvester (Jane Lynch), as lágrimas foram inevitáveis. De uma forma invertida, identifico-me com esta personagem severa, a mais bem humorada do seriado. Humor nigérrimo, acrescento, mas humor legitimo. E, justamente por causa dela, o episódio-memorial não se tornou tétrico: há um apelo à continuidade, à possibilidade de seguir em frente.  Por mais vendáveis que sejam os produtos midiáticos ‘pop’, eles servem para desenterrar aquilo que deixamos recôndito. Foi o que me demonstraram os dois produtos audiovisuais mencionados. Obrigado!

Wesley PC>

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