segunda-feira, 10 de março de 2014

DIZ A LETRA DA CANÇÃO: “VENTO QUANDO AÇOITA A BANANEIRA, ELA GEME, ELA CHORA DE DOR... PORQUE VIVE ABANDONADA, COITADA, SEM CARINHO E SEM AMOR!”

“O Lamparina” (1963, de Glauco Mirko Laurelli) não é um bom filme protagonizado por Amácio Mazzaropi. Poucos o são, na verdade, mas, apesar do roteiro prejudicado em suas bifurcações românticas, alguns momentos são divertidos, principalmente durante as canções. Como este caipira inconfessadamente homossexual canta bem! Eu e minha mãe sorrimos durante a sessão, enquanto, numa casa próxima à minha, o pai de um amigo gargalhava, conforme me confidenciou sua filha, mais tarde, enquanto eu ensinava noções de Mecânica ao filho do dono da padaria local. Ao dormir, tive um pesadelo assombroso, em que alguém que eu distinguia como minha mãe (mas era diferente da minha mãe verdadeira, visto que era bem mais magra e com cabelos longos) não queria que eu saísse de casa, chantageando-me emocionalmente com o fingimento de uma doença. Quando eu percebo que ela estava mentindo, ela esbraveja: “eu sei o que tu estás a sentir: quanto eu tinha a tua idade, a minha mãe também adoeceu, e eu detestava ter que cuidar de suas feridas purulentas”. Acordei apavorado, pois sabia que a minha avó materna havia falecido em decorrência de uma tuberculose, poucas semanas após o meu nascimento. Dias depois, o marido dela morreu. Minha mãe ficou, então, órfã de mãe e de pai no mesmo mês, enquanto eu ainda era um bebê... É algo que impressiona!

Wesley PC>

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