quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

“TRABALHAR É PARA OTÁRIOS. VAMOS ROUBAR!”

Oficialmente, acabei de ver ”O Ônibus da Suruba 2” (1992, de Sady Baby & Renalto Alves) e estou absolutamente escandalizado com tudo o que encontrei ali: logo no começo, o protagonista Cascão, pessimamente interpretado pelo próprio diretor, pede ajuda a uma freira transeunte, visto que um amigo seu estava passando mal. Examinando-o, à beira de um lago ermo, a freira percebe que o enfermo geme sempre que ela alisa o seu pênis. Ela lembra então do que lhe ensinou o padre Inácio e chupa o pau do cara. Na cena seguinte, Cascão está recrutando assaltantes amadores para viajarem de ônibus, em busca de um sodomita paulistano que roubou o seu dinheiro. Para embarcar no ônibus, tem que saber roubar e querer dar o cu. Está dada a largada da “escola da fudeção”!

Insistindo que “é preciso foder nesta foda de país”, Cascão oprime e espanca os seus súditos (por falta de palavra melhor) sempre que tem oportunidade. Insuportável que ele é, ele não pára de xingar e esbravejar, enquanto a freira se diverte fazendo sexo oral enquanto chupa laranja e ‘punks’ com cara de entojo fodem e dançam ao som de Beto Barbosa (“Preta”), Elba Ramalho (“Ouro Puro”) e Roberta Miranda (“Vá com Deus”), enquanto canções célebres interpretadas por Lionel Ritchie, Irene Cara, Simple Minds, Kenny G., Harry Nilsson e tantos outros artistas internacionais são executadas em meio às péssimas cenas de sexo explícito. Numa delas, uma cozinheira quebra um ovo no pênis ereto de seu parceiro sexual, de tão duro que o membro está. Em seguida, ele pede para penetrar o ânus dela, que responde: “mas passa manteiga!”. Ele retruca: “vou passar coisa melhor: óleo de cozinha Tatá, ta?”. Impossível não gargalhar de tanto nonsense, por mais perturbador que seja constatar, logo em seguida, que, enquanto o homem ejacula, num esquisitíssimo plano em ‘contra-plongée’, sangue escorre na perna da mulher... Glupt!

A cena mais famosa (ou melhor, infame) deste filme talvez seja aquela em que um dos passageiros do ônibus reclama que está com dor de barriga, pede para o motorista Cascão parar nalgum lugar para que ele possa defecar e, diante da recusa do mesmo, arreganha o cu na janela do veículo e solta o barro, para utilizar uma expressão chula cara ao universo deste cineasta, cujos filmes precisam ser mais vistos por mim, conforme comentei anteriormente. Não entendo como eu não achei este filme completamente execrável (é abominável – moralmente principalmente!), mas tem muito o que ser comentado aqui: seria Sady Baby um autor? Quem é capaz de negar? (risos)

Wesley PC>

3 comentários:

A. Everton Rocha disse...

é um filme excitante? sim porque pela sua descrição eu já fiquei excitado. Certamente, nunca pensei em quebrar um ovo no pau de alguém. É interessante isso, (fetich) você vai fazer um omelete e chama alguém pra quebrar o seu ovo com o pau.

Gomorra disse...

Qualquer coisa pode ser excitante, a depender de nosso incremento fantasioso (risos), mas que é um filme barra-pesada e muito engraçado, ah, isso ele é!

WPC>

ADEMAR AMANCIO disse...

Vi o filme faz tempo,escatológio demais,erotismo com escatologia não combina,para o meu paladar,claro.