Anteontem, o sinal fechado da
transmissão 24 horas do programa televisivo “Big Brother Brasil 14” foi
liberado no sistema de TV por assinatura que possuo. Esta poderia ser uma
informação completamente irrelevante, visto que é praticamente um consenso que
o referido programa não presta. Entretanto, conforme quis questão de confessar
um tanto constrangido em situações anteriores, o programa me fascina: não que
ele seja bom (longe disso, quiçá), mas, como eu sou ‘voyeur’, é difícil não
ficar interessado na contemplação das atividades cotidianas e dos corpos
esculturais de seus participantes.
Os motivos que supostamente me
atraem no programa, entretanto, são também os que mais me repelem. Explico: por
mais belos que sejam os corpos, seus complementos falantes e/ou pensantes
envergonham pela superficialidade. Na manhã de ontem, por exemplo, atrevi-me a
acompanhar escandalizado um bonito rapaz exercitando-se por quase duas horas
inteiras numa academia de ginástica. Uma coisa escandalosa – no pior sentido do
termo! Sem contar que eles quase que não tomam banho. E são desagradáveis em seus hábitos diuturnos
de pequeno-burgueses viciados em confortos que me desagradam sobremaneira. Além
disso, a recorrência dialogística sobre as regras e elementos instauradores de
competição do jogo é insuportável, o que justifica o porquê de tanta gente
falar mal deste subproduto televisivo. Porém, eu seria hipócrita se mentisse: eu
tendo trabalho para me esquivar de ser um audiente. Preciso de ajuda?
Wesley PC>
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