domingo, 27 de outubro de 2013

SE JÁ ERA PRECIPITADO FALAR EM “PRAZER CULPADO” ANTES, AGORA ENTÃO...

Não obstante estar programado para ser lançado apenas no dia 1º de novembro, “Avril Lavigne” (2013), o quinto álbum da artista canadense homônima já está sendo bastante ouvido e discutido. Tive acesso ao mesmo anteontem e tentei ouvi-lo integralmente duas vezes, num volume baixo, pois eu mesmo estou envergonhado com a qualidade limitada do álbum: aos 29 anos de idade, a cantora insiste em compor como se fosse uma adolescente de 17 anos, não funciona mais!

 Conheci esta cantora graças a um arremedo de namorado que tive por três semanas. Ele era mais jovem que a cantora e, como tal, era devoto dela, se sentia representado pelos gritinhos com sotaque dela. Não vou mentir: ele conseguiu fazer que eu me interessasse pelo segundo álbum da artista, “Under My Skin” (2004), a ponto de eu ouvir faixas graciosas como “How Does It Feel” e “Nobody’s Home” em momentos langorosos. Mas nunca fui muito além disso. Os álbuns posteriores [“The Best Damn Thing” (2007) e “Goodbye Lullaby” (2011)] são irregulares e modorrentos, mas nada se compara à inferioridade quase anacrônica de “Avril Lavigne”.

 A primeira faixa do lançamento mais recente, “Rock N Roll”, é literalmente vergonhosa, o motivo principal para eu não me atrever a elevar o volume do rádio enquanto estou a ouvir o disco. A segunda faixa, “Here’s to Never Growing Up”, por outro lado, é fofíssima, e, além de tentar justificar muito bem a concepção do álbum, merece ser repetida e cantarolada mais de uma vez. Dessa eu gosto bastante. Mas, de “17” em diante... Aff!

 O disco possui treze faixas. Os meus amigos de internet empolgaram-se deveras com os miados e gritinhos em japonês da artista em “Hello Kitty” (faixa 08) eu particularmente apreciei as canções mais intencionalmente românticas como ‘Let Me Go” (faixa 05, parceria com Chad Kroeger, da banda também canadense Nickelback), “Give What You Like” (faixa 06) e “Hello Heartache” (faixa 11). “Falling Fast” (faixa 12) parecia ir muito bem, mas vai rápido demais em sua tentativa de nos conquistar pelo refrão e se estrepa (risos). Sem contar que eu ainda não entendi o que Marilyn Manson faz em “Bad Girl” (faixa 07). O que esta mocinha tardia quer provar, hein? Que é uma pervertidinha sacana e mais malvada que as suas rivais ‘pop’, como Miley Cirus, Nelly Furtado e Britney Spears, cada vez mais auto-vendidas como externamente depravadas? Avril Lavigne nunca precisou muito disso, o que explica o porquê de suas músicas serem apreciadas por garotinhas ditas revoltadas. Não só pelas garotinhas, aliás. Eu próprio gosto de várias de suas composições, mas, analisando o disco mais recente numa perspectiva geral, a inadequação à suposta maturação pessoal da artista (que continua sem aparentar a idade que tem) é frustrante. Mas que a capa do disco é linda, ah, isso é!

 Wesley PC>

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